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Guilherme Palmeira
Conhecido o resultado das urnas, Alagoas contempla os novos líderes que a comunidade escolheu. Após dezesseis anos como Senador da República, Guilherme Palmeira não retorna ao Congresso Nacional e, só o tempo, poderá julgar a coerência dos alagoanos que, pelo menos temporariamente, o afastaram da vida pública de nosso Estado, privando, sem demérito para os demais, o Parlamento brasileiro de um de seus representantes mais respeitados.
Seguindo as tradições da família e ao chamamento do seu destino, ele iniciara sua vida política em 1966, elegendo-se Deputado, junto a Assembléia Legislativa Alagoana.
Bacharel em Direito, pela Universidade Federal do Brasil, teve seu caráter formado e moldado, não apenas pelas lições dos seus Mestres, mas, principalmente, pelo exemplo e pelos sábios ensinamentos de seu pai, Senador Rui Soares Palmeira, como também pela influência liberal, que sempre pairou sobre todos os filhos de Dona Gabi, do grande tribuno Demócrito Gracindo, do Comendador Palmeira e do Deputado Federal e Vice-Governador Miguel Palmeira.
Depositário de todo esse acervo moral, Guilherme é incapaz de uma atitude menos digna, de uma falsidade, de uma traição.
Franco e impaciente transforma, em algumas oportunidades, essa franqueza e impaciência em gestos bruscos que podem ser confundidos com rudeza. Porém, jamais golpeou alguém pelas costas. Jamais abandonou um amigo ou companheiro.
Dotado de um profundo senso de amizade e lealdade, é muito sensível a apelos afetivos. Enganam-se, portanto, os que pensam que conseguem intimidá-lo ou demovê-lo através de ameaças. Imaginando-se coagido, transforma-se.
Honesto, pela sua natureza intrínseca, é incorruptível. Sua maior força encontra-se em sua estrutura moral.
Convivemos há mais de trinta anos. Participamos de inúmeras lutas políticas. Saímos vitoriosos da maioria delas. Nunca mudamos nossos caracteres como conseqüência da projeção dos cargos que exercemos. Nossas personalidades saíram incólumes do uso do poder, que tanto modifica os homens. Dirigimos, juntos a Assembléia Legislativa. Conquistamos, lado a lado, o Governo de Alagoas e convivemos, em Brasília, ambos os Senadores, como constituintes, ou representando Alagoas na Câmara Alta da Nação.
A nossa amizade nunca sofreu o menor estremecimento, porque ela é formada no respeito mútuo, no senso de gratidão e na consciência das limitações humanas do outro. O tempo e os percalços que enfrentamos solidificaram o nosso relacionamento com o amálgama que une os verdadeiros irmãos.
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