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Outro dia uma jovem famosa, possivelmente talentosa atriz de novelas de televisão, declarou em um programa que era contra essa história de nos grandes shows dividir os famosos em camarotes de “vipão” e “vipinho” uma espécie de nova hierarquia classificativa das celebridades usada em ambientes festivos.
A revolta da estrela midiática tem alguma razão de ser se olharmos atentamente para a extrema volatilidade em que se transformou a cultura de mercado global dessa pós-modernidade que nos é imposta em escala planetária, integralmente assimilada pela grande mídia no Brasil, reproduzida através da internet, das redes sociais.
Nessa semana o pastor de uma obscura seita religiosa no Gabão, Franck Kabele de 35 anos, conseguiu atingir o ápice da fama mundial por algumas horas, embora tenha desaparecido para sempre, o seu corpo não foi encontrado, ao virar notícia em todas as mídias quando tentou andar sem sucesso sobre as águas, como Jesus Cristo, em uma praia de Libreville tendo como testemunhas centenas de fiéis e seguidores “absolutamente decepcionados”.
Essas são sequelas destes tempos em que impera a ideologia da nova ordem mundial, com o surgimento de uma miríade de movimentos que parecem estar dispostos nas prateleiras de um supermercado, acondicionados, prontos para consumo em qualquer lugar do planeta.
É certo que alguns deles nada têm de inocentes, são financiados e utilizados até para desestabilizar nações em várias partes do mundo, cujos líderes, pelo menos vários deles, são treinados diz-nos Moniz Bandeira, por uma tal de Freedom Foundation com sede nos EUA que agora vê-se às voltas com a Al Qaeda, seus pupilos antes do 11 de setembro, ocupando áreas do Iraque tentando derrubar o governo sírio.
Essa cultura do volátil, da “famosidade”, do sucesso a qualquer custo, do presente contínuo, sem passado, mesmo o mais recente, instaurada a ferro e fogo pelo capital financeiro além do complexo midiático global, tem provocado, infelizmente, situações tragicômicas.
Fazendo parecer realista O Dia do Gafanhoto, uma sátira do escritor norte-americano Nathanael West sobre os EUA ao afirmar que: em Hollywood o papel é feito para se parecer com madeira, a madeira para se parecer com borracha, a borracha para se parecer com aço, o aço para se parecer com queijo. É isso aí.
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