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A Saga dos Veiga (XXXIX)
“O mais antigo dos Veiga foi João Esteves da Veiga, rico-homem, senhor de Salvaterra de Magos, Montargil, Vila Nova de Monçarros, Vacariça, e se chamou da Veiga por seu pai ter o senhorio de toda a Veiga de Santa Maria, sobrenome que perdurou nos descendentes, tendo desta forma originado a família dos Veiga, família esta de vários ramos com nobreza, com direito a brasão de armas, entre elas os Veiga de Vila Viçosa, os Veiga Nápoles. O brasão de armas de João Esteves da Veiga foi concedido por Dom João I, Rei de Portugal em 1430”.
Observa-se que a entrega do Brasão de Armas, aconteceu antes do descobrimento do Brasil. E, por conseguinte, após Portugal transformar o território brasileiro em Capitanias Hereditárias despertou cobiças entre os próprios lusitanos, bem como a países estrangeiros que tentaram colonizar a Terra de Santa Cruz.
Pois bem, com a prosperidade da Capitania de Pernambuco atraiu meu trisavô – Lourenço Ferreira de Melo Sucupira da Veiga à Vitória de Santo Antão nos idos de 1838. Abastado, visionário resolveu aportar no Vale do Paraíba a fim de ser o percursor do processo civilizatório do núcleo de povoamento que fora denominado de Lourenço em homenagem à sua preclara pessoa durante 74 anos.
Adquiriu léguas de terras ao padre Manoel Marques sem nenhuma benfeitoria. Segundo o renomado médico Dr. Judá Fernandes de Lima, primo/irmão radicado na próspera Arapiraca, autor do Livro – Um Genuino Tangerino – …” o desbravador e incansável português edificou a Casa-Grande, bem como a Capela São Lorenço em homenagem ao santo de sua devoção. Inclusive, construiu o Sobradão dos Veiga com seu genial corredor suspenso, a nível de 1º andar, assoalhado, com varanda de proteção, a céu aberto, todo em nobre madeira nativa. Uma passagem natural entre o Sobradão e o coro da capela. Nos fundos situava-se a infalível Senzala dos inditosos cativos.”
Na sua narrativa, vê-se detalhes da chegada de nosso trisavô Lourenço Sucupira e, portanto, o autor do livro descreve detalhes importantes merecedores de registro: Estabelecido na divisa do vizinho município de Quebrangulo, o intrépido Sucupira, também fundou um vilarejo, há um quilômetro da sede da Fazenda, construído para os operários e escravos alforriados, prestadores de serviço remunerado”.
Continuando sua belíssima narrativa, o filho ilustre de tia Gertrudes Magna, irmã de minha saudosa genitora Maria Veiga da Rocha, acrescenta: “Com a chegada dos ingleses, em 1912, naquela prosaica paragem, inaugurando a bela época de ‘Maria Fumaça’ (Companhia Gret Western), passou a se chamar de Paulo Jacinto. O motivo da mudança de nome foi a melhor segurança no trânsito ferroviário, devido à parada, na mesma linha, de Lourenço de Albuquerque (prenomes idênticos), com sua outrora baldeação, existente até hoje na bifurcação do histórico entroncamento da estrada de ferro Maceió/Recife/Palmeira dos Índios, no município de Rio Largo”.
Assim sendo, o autor foi muito feliz registrar o passado com fidelidade e, acima de tudo, com responsabilidade quando faz sua conclusão: “Nada mais racional do que mudar o nome da Vila, tendo em vista, naqueles remotos tempos, as comunicações estarem ainda engatilhando.
“Apesar de algumas vozes levantarem-se tentando contrariar o óbvio, isso é história, fato consumado e imutável no tempo e no espaço da origem da provinciana fundação da hoje acolhedora cidade de Paulo Jacinto (AL), emancipada em 2 de dezembro de 1953”.
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