O Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da Fifa anunciou, na semana passada, Maceió como Centro de Treinamento da seleção de Gana na Copa do Mundo de 2014. O estádio Rei Pelé passará por adequações que serão entregues em abril. A seleção de Gana deve chegar a Alagoas na segunda quinzena de maio, e ficará no Estado por aproximadamente 20 dias.
“A vinda de Gana para Alagoas é uma conquista importantíssima, fruto de um planejamento cuidadoso e vitorioso”. A afirmação é Marcos Pradines, superintendente de Investimentos da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e um dos integrantes do Comitê Gestor do Projeto Alagoas (Comcopa).
Para Pradines, Alagoas colherá muitos frutos com essa escolha, uma vez que a imprensa nacional e internacional voltará os olhos para o Estado durante o evento. “Engana-se que pensa que Gana é uma seleção sem expressão. No grupo G, ela está abaixo apenas da Alemanha, e se iguala em condições aos Estados Unidos e Portugal, que, lembre-se, se classificou na repescagem”, afirma.
Tornar-se um Centro de Treinamento escolhido por uma seleção foi uma tarefa longa e trabalhosa. O primeiro contato da Fifa aconteceu ainda no início de 2010. Técnicos da Setur caíram em campo para fazer os projetos e levantar uma quantidade enorme de dados, que iam do número de leitos em hotéis e a capacidade do aeroporto internacional Zumbi dos Palmares até a qualidade da grama do estádio Rei Pelé, o clima da cidade e o esquema de deslocamento das seleções para os treinos.
“Foi um trabalho meticuloso, feito com muita competência e num prazo curto. Em junho de 2010 apresentamos oficialmente a nossa candidatura”, afirma o superintendente de Investimentos da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Marcos Pradines.
Com a candidatura posta, Alagoas recebeu a primeira visita dos técnicos da Fifa, que vistoriaram, além do aeroporto, o estádio Rei Pelé, um dos campos oferecidos para treinamento – os outros foram o Nelson Peixoto Feijó, na Serraria, e o da AABB, em Ipioca. “Os técnicos da Fifa optaram mesmo pelo Rei Pelé, que possui um gramado excelente e necessitaria apenas de pequenas obras de adequação”, fala Pradines.
As obras se resumiram a reforma nos vestiários e a construção de um centro de fisioterapia e recuperação. “São obras que ficarão como legado para os times alagoanos e para a comunidade, que passará a usar o Rei Pelé para atividades físicas”.

 Partidas no Nordeste

Com esta etapa em andamento, a luta era atrair as seleções para cá. Com a intermediação do Comitê Organizador Local (COL), Alagoas recebeu a visita de representantes de dez seleções, inclusive de países que terminaram não se classificando, como Noruega e Irã. Gana veio assim que o sorteio dos grupos foi realizado, em dezembro do ano passado. Como as seleções do grupo G farão várias partidas nos estádios do Nordeste, Maceió se mostrou o lugar ideal para a seleção ganesa. “O trabalho de prospecção das seleções, como também o de liberação de recursos para a reforma do Rei Pelé, tem o apoio fundamental do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo. Além de incentivar a candidatura, ele cobra a realização das obras de melhoria”, revela Pradines.
Marcos Pradines revela ainda que Alagoas poderia ser centro de treinamento de uma segunda seleção: a Grécia. Os dirigentes gregos mostraram muito interesse em ficar aqui, mas tiveram que escolher outra sede – Aracaju – por falta de outro estádio em Maceió. “A utilização dos estádios do Corinthians e da AABB demandaria obras de maior parte, mas os administradores preferiram não realizar esses investimentos”, diz. “Agora, o trabalho é conhecer o que a seleção de Gana precisa para treinar com tranquilidade em Maceió. Haverá reuniões sobre segurança, trânsito e vários outros setores, para que os ganeses, os turistas e a imprensa conheçam mais sobre nossas belezas, nossa cultura e nossa gastronomia”.