Política
Oposição quer acabar o “mais do mesmo”, porém empurra com barriga escolha de nomes
Dezesseis representantes de partidos políticos – que se intitulam de oposição – se reuniram na sexta-feira (14) em Arapiraca para pregar “união partidária” rumo às eleições de outubro. O fato em si geraria uma repercussão enorme, senão fosse o fato de que o clima na festa realizada no agreste era muito frio, em que pese o calorão que fazia na cidade.
Muitos olhares desviados se revelavam nas faces dos líderes “oposicionistas” que tentam manter uma imagem de união, numa dermache pré-eleitoral em que não cabem todos os desejos dos pleiteantes de outubro. Ou seja, tem cacique demais para pouca vaga de chefe da tribo. Vai sobrar alguém nas arrumações partidárias e isso não é bom para um grupo que prega a união, esfacelar-se em cima da hora, causando uma ruptura que pode terminar numa implosão total do grupamento.
Mas contra quem são os oposicionistas de Arapiraca? Contra o governador que já pediu o chapéu eleitoral e este ano vai assistir de camarote a briga eleitoreira?
A oposição, na verdade, precisa se posicionar. União de lideranças partidárias não perfaz hoje em dia a vontade popular. O que a população almeja como referencial de voto é o currículo limpo do político aliado ao trabalho que desenvolve no exercício do mandato. Não é a troca de “a” por “b”. Não é singela mudança do nome que governa por outro nome. O que se pretende ouvir são propostas realizáveis que tirem Alagoas da situação incômoda que se encontra.
E talvez por isso a “oposição” que tem como maior líder, o senador Renan Calheiros tenha ouvido esse clamor e prega que pode reverter o cenário de problemas sociais que Alagoas está inserido.
Para o senador Renan, as queixas da população alagoana, principalmente nas áreas sociais, mostram a necessidade de reverter o cenário atual no estado. Calheiros mostra que os partidos trabalham para corrigir os setores esquecidos em Alagoas. “É latente a necessidade de mudança em Alagoas, não só política como social. Os gestores precisam ser profissionalizados. Com uma série de medidas, que serão discutidas entre os membros dos partidos, vamos colocar finalmente Alagoas dentro do Brasil”, expressou o senador.
Calheiros disse ainda que diante da confecção do projeto de desenvolvimento o estado de Alagoas terá a possibilidade de recuperar todo tempo perdido ao longo dos últimos anos. “O governo federal tem feito sua parte. Para mudar o contexto atual de Alagoas, precisamos de um projeto. E esse projeto se encontra aqui. Vamos discuti-lo, ouvindo todos e, principalmente, a sociedade. Só assim poderemos recuperar o tempo perdido”, ponderou o senador.
Durante encontro da “Frente de Oposição” outros líderes políticos defenderam a necessidade de a “oposição” estar unida para a construção de um grupo competitivo visando às eleições deste ano.
Em abril, a Frente de Oposição já terá um novo encontro, desta vez na cidade de Penedo, onde deverá definir os nomes que disputarão o governo e o senado.
A prefeita de Arapiraca, Célia Rocha (PTB), por sua vez, afirmou que o resultado dos encontros será apresentado em breve, já com a apresentação de ‘excelentes nomes’. Porém, ressaltou a prefeita, o momento é de discussão sobre as necessidades do estado. “Na Frente, observamos excelentes nomes para os cargos de governador, senador e deputado, tanto federal, quanto estadual. Acredito que, unidos, os partidos são mais fortes. Precisamos manter essa sinergia até as convenções”, declarou Rocha.
Por fim, o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) também falou sobre a iniciativa, afirmando que as discussões não podem se limitar apenas à indicação de nomes para cargos eletivos. “É necessário mudar a concepção de fazer política. É fundamental que propostas sejam colocadas à mesa. Queremos um projeto e quem encabeça isso é o PMDB. E para obtermos sucesso no pleito, precisamos de união. Vamos trabalhar para isso. Só assim, debatendo as dificuldades e apontando uma proposta de governo, conseguiremos tirar o nosso estado desse desgoverno”, avaliou Lessa.
Durante seu discurso, o deputado Renan Filho (PMDB) defendeu o fim do que classificou como ‘mais do mesmo’. ”Precisamos de um novo projeto para atender às necessidade do estado. Se tem um coisa que Alagoas cansada velho é falar sobre o futuro. Precisamos, urgentemente, resolver os problemas que assolam o estado, Cada partido representando no mesa tem uma vinculação direta com a sociedade. Neste momento, precisamos, mais do que nunca, construir um projeto juntos. Nos últimos anos, o estado só andou para trás. Outros estados dos Nordeste cresceram e, infelizmente, fomos na contramão. Em breve, apresentaremos os nomes para o grupo. Essas pessoas farão a diferença”.
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