Brasil
Leilão para compra de energia existente contrata 2.046 megawatts médios
O leilão para compra de energia elétrica existente feito quarta-feira (30) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contratou 2.046 megawatts médios, com preço médio pago pelas 20 usinas que venceram o certame de R$ 268,33. O total dos valores negociados soma R$ 27,28 bilhões, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O objetivo do leilão foi atender à necessidade imediata de contratação de energia pelas distribuidoras. O preço-teto definido pelo edital foi R$ 262,00 megawatt-hora (MWh) para o contrato por disponibilidade e R$ 271,00 MWh no contrato por quantidade.
O leilão serviu para as distribuidoras comprar energia que já está sendo gerada por hidrelétricas e termelétricas – por isso é chamado de leilão de energia existente.
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que o leilão foi um sucesso e ficou acima das expectativas. Segundo ele, o total contratado atende a 85,25% da necessidade das distribuidoras para o período até o final do ano.
A energia contratada representa 64% do nível de exposição, ou seja, a energia em falta para as distribuidoras e que vem sendo comprada no mercado livre. “Esta contratação de 2.046 megawatts médios significa que o nível de exposição está caindo para 350 megawatts médios. Esse resultado permitirá uma tendência de normalização rápida no setor elétrico”, explicou Zimmermann.
Segundo a Aneel, o resultado do leilão trará um reajuste da conta de luz para 2015 menor do que o que seria feito se as distribuidoras continuassem a comprar energia no mercado. Embora não tenha dito de quanto será o reajuste, o diretor-geral da Aneel, Romeu Donizete Rufino, ressaltou que a definição depende de outros fatores que entram na composição da tarifa. “O benefício para o consumidor é que a energia que estava sendo contratada por mais de R$ 800 foi contratada agora por R$ 268”.
Na semana passada, a Aneel anunciou um empréstimo de R$ 11,2 bilhões para as distribuidoras, como compensação de gastos extras com a compra de energia no mercado, o que seria suficiente após o resultado do leilão. O valor desse empréstimo será repassado para o consumidor a partir de fevereiro de 2015.
Durante coletiva sobre o superávit primário, em Brasília, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, avaliou como “positivo” o resultado do leilão, e que ele não resultará em nenhuma alteração, do ponto de vista fiscal. “A partir de quinta-feira (1°), a energia comprada começa a ser paga pelo setor energético em valor bem menor do que o PLD [Preço de Liquidação de Diferenças – valor pago pelas distribuidoras no mercado livre, de curto prazo]. O resultado está dentro do previsto. Até melhor, eu diria. Teremos energia mais barata para distribuidora e consumidor”, disse.
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