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Equipamentos do PAC 2 beneficiam mais de 11 milhões de camponeses no Semiárido
Os 1.440 municípios localizados no Semiárido brasileiro são os maiores beneficiados pela entrega de equipamentos do Governo Federal, por meio da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A ação vai contemplar mais de 11 milhões de moradores da zona rural da região, sendo quase dois milhões de famílias de agricultores. Conforme o último Censo Agropecuário do IBGE, no Semiárido, existem mais de um milhão e setecentos mil estabelecimentos agropecuários – 33% em relação ao total no País.
Nos últimos três anos, já foram entregues 7.081 equipamentos para prefeituras localizadas no Semiárido, o que representa mais de 98% do total a ser doado. Faltam apenas 119 veículos – cinco caminhões-pipa e 114 pás carregadeiras. Os veículos são destinados à reestruturação das estradas vicinais, que ligam o campo à cidade, e à melhor distribuição de água nos municípios.
“São municípios que passaram pela pior seca dos últimos 50 anos. Para o Semiárido, o caminhão-pipa e a pá-carregadeira são essenciais para democratizar o acesso à água para população e animais”, salienta o coordenador do PAC 2 no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Lucimar Carnizella.
Cada prefeitura da região recebe cinco equipamentos: retroescavadeira, motoniveladora, caminhão-caçamba, pá carregadeira e caminhão-pipa. Os gestores de municípios aptos de outras regiões não recebem as duas últimas máquinas citadas. (pá carregadeira e caminhão-pipa)
Investimento Semiárido
Em 2012, o Governo Federal entregou, nos 10 estados que compõem o Semiárido e a área de abrangência da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), 476 retroescavadeiras. O investimento feito foi superior a R$ 82 milhões. Já o quantitativo de 2013 foi bem superior. Quase R$ 1,3 bilhão foi destinado para a compra dos 4.683 equipamentos doados. Em 2014, até o início de maio, foram aportados mais de R$ 520 milhões na aquisição de 1.922 veículos.
Importância vital
“Água é vida” foi a frase mais repetida por Givânio Ferreira, 38 anos, durante a nossa entrevista. Foram cinco referências feitas pelo camponês sertanejo. O recurso hídrico, muitas vezes desvalorizado nas grandes cidades, ganha a importância que merece na voz do agricultor familiar de Desterro (PB), município localizado a mais de 360 quilômetros da capital João Pessoa e que vive forte estiagem de chuva.
Anos atrás, segundo Givânio, o problema seria maior. Sem ter para onde correr, o agricultor e seus vizinhos improvisavam soluções cavando poços com pás e enxadas, mas muitas vezes não encontravam água. Agora, a prefeitura de Desterro disponibilizou mais de 200 cacimbas e distribui água potável diariamente. Os trabalhos para facilitar o acesso da população à água de qualidade começaram depois da prefeitura local ter recebido uma retroescavadeira, uma pá-carregadeira e um caminhão-pipa do Governo Federal.
“Nós passamos muita dificuldade com a escassez de água. O sofrimento do povo era demais. A partir desse abastecimento, melhorou muito. Esses poços facilitaram o acesso à água, fez com que a produção crescesse e ainda alimenta os animais. É um benefício que não tem como medir”, conta Givânio, que é dono de uma propriedade de quatro hectares.
Na chácara, que cuida com a ajuda de sua esposa, juntos há 20 anos, e de suas três filhas, o paraibano cultiva milho, feijão e batata doce. “Agora já está dando para diversificar mais. Estamos apostando em hortaliças e outros tipos de verdura, que o pessoal procura muito e é fácil de vender. A água é essencial para aumentarmos a produção. Os últimos anos judiaram muito aqui do Nordeste”, afirma.
Além das pequenas cisternas, a população rural recebe diariamente água potável distribuída pelo caminhão-pipa doado pelo PAC2. “O veículo visita comunidades rurais, escolas e área urbana. Onde há necessidade, estamos fazendo a distribuição”, diz a prefeita de Desterro, Rosângela de Fátima Leite.
Rosângela lembra as complicações encontradas e aponta os equipamentos recebidos como facilitadores da situação. “A dificuldade aqui é imensa, estamos em tempos de crise aqui. Foram apenas 271 milímetros de chuva em 2014. Reservatório seco e alguns mananciais só dão para três ou quatro meses. O povo fica satisfeito com as cacimbas e com o caminhão-pipa porque ameniza essa situação”, observa a prefeita. A média pluviométrica da região semiárida varia de 200 mm a 800 mm anuais.
A lista dos 5071 municípios beneficiados pelo PAC está aqui
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