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Fapeal firma convênio de R$ 5,5 milhões para atrair doutores a AL
Como forma de incentivar a realização de pesquisas e contribuir para a fixação de doutores nas instituições de ensino superior alagoanas, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) renovou mais um acordo de cooperação junto ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Com recursos que totalizam R$ 5,5 milhões, o Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) vai financiar estudos em diversas áreas do conhecimento.
O DCR recebeu, este ano, um incremento de R$ 800 mil em relação ao acordo firmado em 2009. Atraindo pesquisadores com doutorado a Alagoas, o programa pretende continuar colaborando com o desenvolvimento local. “Daremos oportunidade a todas as instituições. Basta as universidades articularem a vinda de bons pesquisadores, que a Fapeal garante os recursos”, afirmou Janesmar Cavalcanti, diretora presidente da Fapeal.
“Esse programa é uma importante ferramenta de fixação de pesquisadores de alto nível em nossas Instituições de Ensino Superior (IES), principalmente nas universidades estaduais, que precisam fortalecer seus grupos de pesquisa para então implantarem programas de mestrado e doutorado, fortalecendo, assim, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico em Alagoas”, declarou Janesmar.
O programa, que integra o Eixo 4 do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Alagoas, existe desde 2003 e já contemplou aproximadamente 70 projetos dentro dos critérios pré-estabelecidos pela Fapeal e o CNPq.
“Transferindo para a sociedade o conhecimento gerado na academia, é possível promover soluções para muitos problemas, a fim de diminuir as desigualdades regionais do nosso estado”, acrescentou a coordenadora do DCR na Fapeal, Tatyana Marinho. Segundo ela, atualmente a maior demanda é de pesquisas na área de ciências agrárias.
Mais pesquisadores no interior
O DCR é dividido em duas vertentes. Em uma delas, a de regionalização, podem se habilitar apenas doutores formados em outros estados ou que já tenham exercido atividades em Alagoas e estejam morando, há mais de um ano, em outra unidade federativa. A outra, de interiorização, abrange as microrregiões de baixo desenvolvimento científico e tecnológico que estão fora da região metropolitana, na qual podem participar doutores formados ou radicados em Alagoas.
Todos os pesquisadores selecionados recebem bolsas que têm vigência de até 36 meses. O recurso para o doutor é oferecido pelo CNPq. Já o auxílio para fortalecer a infraestrutura de pesquisa é pago pela Fapeal, bem como a bolsa de iniciação científica para estudante de graduação que atua diretamente com o pesquisador durante a vigência do projeto.
Projeto beneficiará produtores de milho
O agrônomo alagoano Cícero Teixeira Silva Costa, doutor em Irrigação e Drenagem pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), é um dos favorecidos pelo programa, com projeto enquadrado dentro dos requisitos do DCR. A pesquisa dele ainda está em fase inicial e visa desenvolver uma tecnologia voltada aos pequenos e médios produtores rurais da Zona da Mata que lidam com a cultura do milho.
“Nosso objetivo é criar um pacote tecnológico para que eles possam produzir o ano todo. Já realizamos experimentos para definir a densidade de plantio (número de plantas por unidade de área), doses de nitrogênio e coeficiente de cultura (Kc) do milho na região climática de Rio Largo”, explicou. “Analisaremos também a variação da produtividade e a necessidade de irrigação durante a estação chuvosa e, em seguida, avaliaremos o nível de irrigação ideal para garantir a sustentabilidade ambiental e renda para os agricultores na estação seca”.
Ao final, os resultados serão difundidos entre os produtores rurais, que comumente não têm acesso a esse tipo de informação”, contou o pesquisador, cujo trabalho é realizado juntamente com os professores doutores Iêdo Teodoro, Guilherme Bastos Lyra e Ricardo de Araújo Ferreira Júnior.
Credibilidade junto ao governo federal
Beatriz Oliveira, economista e chefe de gabinete da Fapeal, destaca que esse novo acordo de cooperação técnica foi um divisor de águas para o órgão e mostra que a nova diretoria conseguiu recuperar a credibilidade técnica e financeira e melhorar a relação de contrato junto ao governo federal.
“Isso é um retrato de tudo o que está acontecendo nos últimos três anos na Fapeal. Estamos recuperando não só a credibilidade técnica, mas também a financeira. O governo federal destina os recursos para Alagoas e hoje acredita que o estado vai pagar a contrapartida”, afirma.
“No caso do DCR, conseguimos captar recursos muito melhores do que o que foi apontado na Carta de Salvador, documento que norteia as contrapartidas dos estados com menos recursos na proporção de 1 para 3. Nesse convênio, a contrapartida foi de 1 para 10. O CNPq entra com R$ 5 milhões e a Fapeal com R$ 500 mil, e isso é uma grande conquista”, comemorou Oliveira.
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