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Acusado de liderar máfia dos ingressos é solto no Rio de Janeiro

08/07/2014
Acusado de liderar máfia dos ingressos é solto no Rio de Janeiro

Preso, CEO da Match promoveu Copa na Líbia e atua em países-sede desde 2005

   O britânico Raymond Whelan, acusado de ser o comandante do esquema de venda ilegal de ingressos, foi solto na madrugada desta terça-feira. Seus advogados entraram com um habeas corpus e conseguiram a liberação do diretor da Match Services AG, que havia sido detido durante a execução da Operação Jules Rimet.
Whelan estava detido no 18º DP, na capital fluminense, e foi liberado por volta das 4h30 da madrugada, para responder ao caso em liberdade. Ele tinha um mandado de prisão temporária de cinco dias, com possibilidade de prorrogação por mais cinco, mas seus advogados entraram com o pedido de habeas corpus já na noite de segunda, tendo sucesso.
A prisão aconteceu em ação realizada no hotel Copacabana Palace, na segunda-feira, e teve apreensão de cerca de 100 ingressos. Raymond Whelan, de 64 anos, é o CEO da Match, empresa que detém exclusividade para venda de pacotes e camarotes da Fifa. Ele é apontado como elo entre a entidade e uma organização que desviava e comercializava ingressos da Copa do Mundo – captadas em gravações autorizadas, centenas de ligações telefônicas comprovam vínculo entre o executivo e o franco-argelino Lamine Fofana, integrante da quadrilha, que foi preso na semana passada.
O CEO da Match não é um funcionário da Fifa, mas tem ligação estreita com a entidade. A empresa que ele comanda é a única responsável por venda de camarotes e pacotes corporativos. Além disso, detém exclusividade em aspectos como credenciamento de hotéis para competições.
Uma das acionistas da Match é a Infront Sports & Media, empresa presidida por Phillip Blatter, sobrinho de Joseph Blatter, que é presidente da Fifa. A companhia dele detém 5% da responsável pela venda de pacotes corporativos.
A proximidade da Match com a Fifa, contudo, vai muito além disso. Whelan foi porta-voz da entidade em todas as entrevistas coletivas sobre venda de ingressos corporativos e camarotes para a Copa do Mundo. Desde que a operação da Polícia Civil explodiu, é a entidade que tem respondido sobre acusações à empresa.
A prisão de Whelan é uma evolução da operação “Jules Rimet”, que foi deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na semana passada. A ação prendeu 11 pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha que desviava e comercializava ilegalmente ingressos para a Copa do Mundo de futebol. A iniciativa foi apoiada por Ministério do Esporte e Juizado do Torcedor.
Entre os presos na operação estava também Lamine Fofana, franco-argelino que foi apontado inicialmente como um dos chefes da quadrilha. Ele tem influência e relações próximas com dirigentes e jogadores e já foi fotografado com diversos astros dos gramados, como Dunga, Romário e Ronaldo.