A escritora sul-africana Nadine Gordimer, prêmio Nobel da Literatura em 1991 e ativista na luta contra o regime de segregação racial da África do Sul, o apartheid, morreu no domingo (13) aos 90 anos. De acordo com um comunicado de parentes  da escritora, feito hoje (14) pelo escritório de advogados Edward Nathan Sonnerbergs, Gordimer morreu tranquilamente durante o sono, em sua casa, em Joanesburgo.
A escritora “orgulhava-se não só de ter recebido o Nobel da Literatura em 1991, mas também de ter testemunhado [em um processo] em 1986 e ter contribuído para salvar a vida de 22 membros do Congresso Nacional Africano, acusados de traição”, lembraram os filhos, no comunicado.
Nascida em 20 de novembro de 1923, Nadine Gordimer era filha de imigrantes judeus oriundos da Europa de Leste. A sul-africana sempre recusou deixar o país, mesmo em momentos mais difíceis do apartheid, em vigor entre 1948 e 1994.
Autora de 15 romances e vários volumes de contos, Nadine Gordimer observou as desgraças da sua sociedade de forma sóbria e sem concessões. Desde que a democracia chegou ao poder em 1994, a autora nunca deixou, apesar da idade avançada, de apontar os defeitos dos sucessores de Nelson Mandela.