Dona Elita no seu dom e ritual de cura que aprendeu desde o fim dos anos 50; abaixo, mostra seu jardim de cura e plantas que cultiva em sua casa (Fotos: Thiago Sampaio)

Elita Gomes de Mendonça, 75 anos, construiu um verdadeiro jardim de cura em sua casa, no bairro da Pajuçara, em Maceió. Conhecida benzedeira da capital, ela é a segunda personagem da série de reportagens da Agência Alagoas, que mostra as histórias por trás de três mulheres de fé e encantos.
A simpática senhora aprendeu a rezar com a mãe e a avó desde pequena, mas foi para aliviar a dor da perda da primeira filha, durante a Copa do Mundo de 1958, que, aos 18 anos, começou a praticar o dom na recuperação de crianças doentes. A intenção era salvá-las para que elas não tivessem o mesmo destino triste de sua filha.
Fazer o bem deu certo. Hoje Elita vive feliz, em plena forma e cheia de amigos. Em 20 minutos de entrevista, cinco pessoas chegaram para ser atendidas. A conhecida curandeira recebe pessoas de todas as idades e classes sociais, inclusive autoridades. Mesmo sendo tão prestigiada, não aceita nenhum tipo de retribuição financeira pela atividade e mantém a simplicidade e simpatia.
Plantas que curam doenças não faltam no quintal de Elita, entre elas a arruda, indicada para quem precisa se proteger da inveja e do mau olhado e atrair boas energias; a jurema, para a cura de dores; a vassourinha para problemas respiratórios; o pinhão roxo, o manjericão e uma interminável lista de ervas tidas como amuletos.
Além das orações e curas, Dona Elita prepara banhos de “descarrego” e para “abrir caminhos” quando percebe que alguém precisa. Ainda aconselha: “É bom que cada um crie um espaço em casa com plantas que têm poder de cura, para atrair um campo de energia positiva para suas vidas. A natureza tem poder!”.