Professora Maria Claudinete Alves, com 29 anos de magistério, tornou Escola Estadual Professor Remi Lima, uma referência no ensino ao superar meta do Ideb; abaixo alunos e professora em sala de aula (Fotos: José Demétrio)

  No dia dedicado ao professor, uma unidade de ensino localizada na periferia de Maceió, no bairro do Clima Bom – a Escola Estadual Professor Remi Lima – é uma espécie de ilha de saber. A escola superou os obstáculos, driblou o desinteresse dos alunos e conquistou uma das melhores notas do Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) entre as escolas públicas de ensino fundamental de Alagoas.
Em função disso, a escola tornou-se referência para a comunidade daquela região. À frente disso está a professora Maria Claudinete Alves, com 29 anos de magistério. Desde 1984 no serviço público, entrou aos 19 anos de idade por meio de concurso. Ela é gestora da escola  há um ano e teve que lidar com muitas dificuldades para atender a comunidade estudantil. Mesmo assim,  conseguiu superar a meta do Ideb.
“A meta era de quatro pontos, nós obtivemos 4,7 pontos, ou seja, superamos a meta estipulada pela Secretaria Estadual de Educação para as escolas de ensino fundamental”, destaca a diretora.
Claudinete acredita que o “segredo do sucesso” foi o investimento em leitura e interpretação de texto. “O incentivo à leitura melhorou o desempenho dos alunos não só em português, como nas demais disciplinas, principalmente em matemática”, acrescenta a diretora.
“Até então, muitos alunos não sabiam responder as questões de matemática, não porque não tivesse estudado o assunto, mas porque não entendiam corretamente o enunciado. Com o incentivo à leitura, essa dificuldade foi se dissipando”, argumentou a diretora.
O projeto de incentivo à leitura foi implantado nos três turnos da escola, que conta com cerca de 800 alunos do ensino fundamental, incluindo as turmas da noite do Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Para dar suporte ao projeto, a escola investiu em livros de literatura e melhorou o acervo da sua biblioteca.
“Os alunos pegam os livros emprestados e têm um tempo determinado para devolvê-los. Geralmente são obras de literatura recomendadas pelos professores de português e outras disciplinas”, explicou Claudinete. “O resultado dessa investida foi surpreendente. Contrariando todas as previsões, nossos alunos superaram a meta do Ideb e conquistaram uma posição melhor que seus colegas de outras escolas bem mais estruturadas que a nossa”, completou a educadora.
De acordo com ela, como o Ideb é calculado com base no aprendizado dos alunos em português e matemática (Prova Brasil) e no fluxo escolar (taxa de aprovação), a Escola Remi Lima tem tudo para melhorar o seu desempenho.
“Até porque esse trabalho de incentivo à leitura teve uma receptividade muito grande do nosso alunado e está apenas começando”, destacou a diretora, acrescentando que outros projetos já estão em andamento para aumentar ainda mais o desempenho dos alunos.
Aluno do 7º Ano do Ensino Fundamental, José Lucas da Silva, 16 anos, é um exemplo dessa mudança na Escola Remi Lima. “Eu era muito desatento, não prestava atenção às aulas, não entendia direito as matérias. Agora, a partir das leituras que venho fazendo, tenho compreendido melhor os assuntos e melhorado o meu desempenho nas provas”, afirmou.
Maria Kaline Mirele da Silva, 13 anos, também reconhece que melhorou muito o seu desempenho, quando ampliou as horas dedicadas à leitura, nas tarefas de casa. “Antes a gente só lia o que fazia parte da tarefa, agora a gente está lendo muito mais, com o esse projeto de incentivo à leitura”, observou a aluna do 7º Ano.