Geral
Governo investe em políticas públicas voltadas à mulher
O Estado de Alagoas conta hoje com vinte organismos que integram a Rede de Proteção à Mulher, coordenado pela Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos. São delegacias, núcleos e centros de referência que trabalham com ações de prevenção e informação em bairros da capital e no interior, combatendo e prevenindo a violência contra as mulheres.
Entre as ações realizadas pela Rede, estão mutirões nos bairros mais violentos de Maceió, com o intuito de informar sobre a Lei Maria da Penha. As comunidades e assentamentos do interior também são beneficiados com a ação, por meio dos ônibus que levam técnicos da Secretaria da Mulher, prestando um serviço itinerante.
“Em Maceió, fizemos mutirões no Benedito Bentes, Vergel do Lago e em outros bairros violentos, para que as mulheres tomassem conhecimento da Lei Maria da Penha. Dois ônibus levam nossos técnicos para realizarem essas divulgações e atendimentos em comunidades quilombolas e em diversos municípios e assentamentos do Estado. A partir daí, começamos a nossa rede de atendimento à mulher vítima de violência”, disse a secretária de Estado da Mulher, Nádja Lessa.
A secretária ainda explicou que a partir dessas divulgações, com cartilhas e planilhas, as mulheres aprendem sobre seus direitos e onde buscá-los. “Quando elas tomam conhecimento, passam a fazer as denúncias, pedir esclarecimentos maiores. A rede de atendimento consiste nos Centros de Referência, que em Maceió foi inaugurado há um ano, núcleos em delegacias não especializadas e a casa abrigo”, esclareceu.
Jarede Viana
Em Maceió, o Centro de Referência Jarede Viana fornece atendimento psicossocial e jurídico para as mulheres que sofrem algum tipo de violência doméstica. Com a ajuda de advogado, assistente social e psicóloga, o centro recebe a denúncia e a mulher passa a ter um acompanhamento. Este ano, foram quase 200 atendimentos prestados. “Nós encaminhamos as delegacias, se for o caso, ou, em último estágio, ela é encaminhada a casa abrigo”, ressaltou a secretária.
“Muitas vezes a delegacia não é a porta de entrada para a mulher que foi vítima de violência doméstica. Normalmente ela precisa de um local que a acolha, pois esse é o objetivo do centro. Buscamos fortalecer aquela mulher que está com medo e fragilizada para que ela procure seus direitos”, disse a coordenadora dos núcleos de atendimento à mulher vítima de violência, Alessandra Torres.
Aline Malta foi uma das mulheres vítimas de violência que recebeu atendimento do centro de referência, depois de ter sido ameaçada pelo ex-parceiro. “Recebi todo o auxílio do centro, que me fortaleceu e ajudou muito, tanto na parte psicológica quanto na jurídica. Até hoje continuo frequentando. As pessoas de lá são muito atenciosas. Está sendo uma ótima experiência”, disse a vítima.
Em último estágio, quando a mulher violentada não tem nenhum tipo de amparo de familiares e está sendo ameaçada de morte, ela é encaminhada a casa abrigo, pois não pode continuar no ambiente que vive. Esse ano mais duas casas abrigo serão entregues, com capacidade para 30 mulheres (que podem levar seus filhos menores de 18 anos). Lá, elas têm segurança e amparo durante 180 dias, com psicólogos e assistentes sociais. Ao todo, foi um investimento de quase 500 mil reais do Governo do Estado em parceria com Governo Federal.
“Além de todos esses fatores, é importante que a mulher vítima queira ir para a casa abrigo. Infelizmente, ainda temos muitos casos de medo, dependência afetiva e financeira e várias nem denunciam”, colocou Alessandra.
Além dos trabalhos voltados à violência doméstica, a Secretaria ainda tem serviços de autonomia financeira para a mulher, com capacitações e cursos. “Estamos capacitando 900 mulheres na área da construção civil e em quatro comunidades quilombolas fizemos cursos de artesanatos com 120 mulheres. Dia 14 de novembro vamos fazer a exposição das peças no Maceió Shopping, com produção de artesanatos belíssimos”, finalizou a secretária.
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