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Palmeira dos Índios: Vereadores aprovam tramitação do “PCC de James”

Nunca na história do legislativo palmeirense aconteceu uma sessão tão tumultuada como a de hoje (03/12).
Na pauta dos vereadores uma fogueira tão quente como as de festas juninas: a votação do parecer que foi rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que dá aos servidores da Educação um Plano de Cargos e Carreiras, o chamado PCC.
O projeto foi apresentado pelo Poder Executivo com empenho total do Prefeito James Ribeiro (PSDB) e rechaçado por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça, inclusive com pareceres de vereadores especialistas em Direito, como o edil França Junior (SD) que se ausentou de “fininho” na segunda-feira passada (1º) do parlamento alegando motivos pessoais.
Alguns vereadores na sessão anterior quiseram “pular” a fogueira, mas a vigilância dos sindicalistas e da imprensa motivaram os edis que se ausentaram da última sessão a comparecerem na desta quarta-feira para o “tudo ou nada”.
E o PCC foi a plenário juntamente a outras indicações constantes da pauta da semana para a votação.
No Plenário, a assunção ao mandato da suplente Édila Canuto (PSDB) em lugar de França Junior. Édila é professora, egressa do Colégio Estadual Humberto Mendes e fiel da balança para a aprovação do famigerado Projeto de Lei que reduz até salários de professores, como informa o SINTEAL.
Os petistas Sheila Duarte e Fábio Targino, Julio Cezar (PSDB), Tales Targino (PMDB), Márcio Henrique (PPS) e Agenor Leoncio (PMDB) formavam o sexteto que empunhava a bandeira dos trabalhadores da Educação. Contando com o voto da “nova” vereadora Édila Canuto, oriunda da categoria, o projeto de lei não passaria. Além dela, outra educadora estava em plenário, Joelma Toledo (PMDB), suplente no lugar de Roberto Cândido (PMDB).
Mas o inesperado aconteceu: as educadoras exercendo em plenário o múnus de legisladoras votaram contra a própria categoria, numa atitude considerada por muitos da plateia como “traição à classe”. E foram decisivas contra a própria história delas.
Votaram contra o Parecer da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios que rejeitava o “PCC do James” e reduz salários dos trabalhadores da Educação: Sérgio Passarinho (PMDB), Ernande da Saúde (PHS), Édila Canuto (PSDB), Joelma Toledo (PMDB), Ronaldo Raimundo (PRB), Val Basílio (SD) e Marta Gaia (PSDB). O presidente Salomão Torres (PSDB) – o voto de minerva – não votou, mas era favorável ao “PCC de James”.
O vereador Márcio Henrique (PPS) saiu da sessão legislativa indignado com a posição dos colegas que foram subservientes aos “ditames” do prefeito James Ribeiro (PSDB) e contra toda a classe de educadores de Palmeira dos Índios.
A vereadora Sheila Duarte (PT) declarou que a luta continua e que vai mobilizar a sociedade para que a tramitação do projeto não tenha êxito nas próximas sessões legislativas.
Tumulto antes e depois da sessão
Antes do início da sessão o repórter fotográfico Edson Silva flagrou uma discussão entre os vereadores Julio Cezar e Salomão Torres, ambos do PSDB. Narrou o repórter no facebook que “houve uma acirrada discussão entre o vereador Júlio Cezar e Salomão Torres, chegando ao extremo de trocarem acusações, com dedo em riste na face de cada um”, disse. Completou o repórter que Júlio advertiu Salomão que “ali não era o curral dele para agir daquela maneira com agressões ao edil, que quase saíram às tapas”.
Durante a sessão o Presidente da Casa Salomão Torres (PSDB) expulsou do plenário os profissionais de imprensa e até assessores dos vereadores, numa atitude considerada pelo vereador Márcio Henrique como “abuso de poder”.
Após a votação do PCC, mesmo tendo outras proposições em pauta a sessão foi suspensa e encerrada e a Mesa Diretora da Casa solicitou a presença da força policial para garantir a integridade dos edis que votaram a favor do gestor e que estavam de saída do prédio da Câmara.
Nas redes sociais o tema “Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios” foi o assunto do dia. A professora Francisca Ferro desabafou: “Mais uma vez a decepção toma conta dos professores da rede municipal de Palmeira dos Índios. A cada dia me convenço que vereador não serve para nada, a não ser para lutar pelos seus interesses e os cargos de comissão que conseguem para a família. São uns manobrados, marionetes que ficam com medo de falar e reivindicar, para não perderem as “vantagens’. As colegas vereadoras que deveriam esta do lado da classe preferiram ver primeiro o bolso. Mas, esperem talvez não tenham outra chance de voltar a esta Casa Legislativa”.
Veja abaixo alguns vídeos das manifestações do servidores da Educação em Palmeira dos Índios
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