Política

Sócio da Arxo declara à PF que não guarda dinheiro em banco, diz defesa

09/02/2015
Sócio da Arxo declara à PF que não guarda dinheiro em banco, diz defesa

  lvajto  A Polícia Federal (PF) tomou hoje (9), em Curitiba, depoimento de três sócios da Arxo Industrial presos na nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada quinta-feira (5). De acordo com a defesa, um deles, João Gualberto Pereira, disse aos delegados que não gosta de guardar dinheiro em banco e, por isso, tinha reservas no seu escritório. Ao cumprir mandados de busca e apreensão, a PF encontrou R$ 3,1 milhões na sede da empresa, em Santa Catarina. Os agentes também apreenderam 500 relógios de luxo.
“Ele [João Gualberto] disse que era uma rotina que sempre teve. Não gostava de guardar dinheiro em banco e sempre fazia a reserva dele na própria sala e, às vezes, em casa. Os relógios eram de uma coleção que estava sendo feita há dez anos. Todos os comprovantes de compra dos relógios vão ser juntados ao processo”, disse o advogado Charles Zimmermann.
De acordo com os investigadores, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira, sócios da Arxo, e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro da empresa, pagavam propina para obter contratos com a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Todos estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Os pagamentos ocorreriam em contratos com a BR Aviation, empresa da Petrobras especializada no abastecimento de aeronaves. A Arxo vende tanques de combustíveis e caminhões-tanque.
Segundo a defesa, os sócios disseram aos delegados que a empresa nunca pagou propina ou sonegou impostos. Os acusados também negaram envolvimento com o empresário Mário Goes, apontado como intermediador de propina entre a Arxo e a Petrobras. “Não sabíamos da existência de Goes. Isso parte da denúncia de uma ex-funcionária [Cíntia Provesi Francisco]. Nunca conhecemos essa pessoa e não sabemos de quem se trata”, disse o advogado.
No dia 16 de janeiro, Cíntia Provesi Francisco procurou o Ministério Público Federal (MPF) voluntariamente para denunciar os executivos. Aos investigadores, ela relatou que a empresa pagava propina de 5% a 10% nos contratos com a BR Aviation.
Mário Frederico Mendonça Goes estava foragido desde quinta-feira (5), quando teve prisão decretada, mas se entregou ontem (9) à PF em Curitiba.