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A hora da virada
Na reabertura do Congresso Nacional, no segundo semestre, os parlamentares devem seguir na consolidação da agenda do Pacto Federativo e na concretização da Reforma Política. Na esfera político-partidária, é imperioso acabar com a zona cinzenta entre o privado e o público. No primeiro semestre, tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal deram passos importantes neste sentido.
O esforço concentrado do Senado possibilitou a votação de temas polêmicos em menos de 45 dias. Um dos itens aprovados foi o projeto que prevê a mudança nas regras das eleições proporcionais. Os partidos que não alcançarem o quociente eleitoral, não podem concorrer à sobra de vagas. A inovação acaba com a transferência de votos, que já conferiu mandatos a candidatos com menos de 300 votos.
Aprovamos ainda a proposta que altera o acesso ao Fundo Partidário e determina que somente terão direito aos recursos as legendas com diretórios permanentes em 10% dos municípios, distribuídos em 14 estados, até 2018. Em 2015, os recursos do Fundo Partidário, constituídos basicamente por verbas da União, alcançaram R$ 811 milhões. A novidade equivale a uma cláusula de desempenho.
Entre os aprovados está também o projeto que trata das punições aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de suas funções ou de mandato eletivo. As autoridades administrativas ou judiciais poderão determinar o afastamento do servidor público se a medida for necessária. Nos casos de agentes públicos eleitos, esse afastamento só poderá ocorrer se for determinado por órgão colegiado, como um tribunal, por exemplo.
Outra evolução foi a fixação da quarentena para magistrados e promotores que decidirem se candidatar a cargos eletivos. Com as regras aprovadas, magistrados e membros do Ministério Público só poderão concorrer às eleições depois de dois anos de afastamento dos cargos.
Igualmente relevante foi a criação de federações de partidos políticos. Pela nova regra, dois ou mais partidos poderão reunir-se em federação que, após o registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se fosse uma única agremiação partidária.
É relevante salientar que o esforço empreendido pelo Senado Federal é coincidente com o empenho apresentado pelos deputados, que também avançaram bastante na perspectiva de conferir ao País um sistema eleitoral, político e partidário moderno, representativo, eficiente e imune ao poder econômico. Isso mostra que a menor distância entre dois pontos é a vontade de fazer.
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