As ações do Programa Estadual de Controle de Tabagismo se voltam, além da promoção e prevenção, ao apoio para o tratamento e ainda ao alerta para os riscos pelos quais os jovens são expostos pela indústria do tabaco (Fotos: Carla Cleto)

Como tratar um usuário quando o próprio profissional é dependente da nicotina? As reflexões sobre essa dúvida deram início, em 2014, aos trabalhos de uma Comissão de Controle do Tabagismo voltada para os servidores do Hospital Escola Portugal Ramalho. Para ampliar o tratamento, agora, aos usuários da unidade hospitalar, foi realizado um momento de sensibilização, nesta quarta-feira, 23, com o apoio do Programa Estadual de Controle de Tabagismo.

De acordo com a coordenadora estadual do Programa, Vetrúcia Teixeira, o trabalho em Alagoas é voltado à promoção da saúde. “Sabendo que saúde e tabaco não combinam, o Hospital Portugal Ramalho é um exemplo no desenvolvimento de ações junto aos funcionários e usuários para o controle do uso do tabaco na unidade hospitalar”, pontuou.

A psicóloga Ana Márcia Ribeiro, que faz parte da Comissão do Hospital Portugal Ramalho, informou que a finalidade de grupo, inicialmente, era atender aos funcionários tabagistas. “Hoje damos início ao atendimento para o segundo grupo, que incluiu usuários do Caps Casa Verde e do Centro Estadual de Atenção ao Alcoolismo e outras dependências”, listou, esclarecendo que fazem parte da unidade de Saúde.

“Identificamos resultados eficazes de pessoas que deixaram de fumar”, contou a psicóloga. Segundo ela, o número se refere a uma minoria, mas que representa um efeito representativo do trabalho desenvolvido em relação ao nível de dependência da nicotina, ou seja, a ação está surtindo efeito positivo.

Nesse primeiro momento de sensibilização, a pneumologista Celi Almeida ministrou palestra sobre a abordagem do tabagismo – um momento de troca de experiências do trabalho desenvolvido pela médica no Hospital Universitário (HU). As coordenadoras dos Programas de Controle de Tabagismo de Alagoas e de Maceió também esclarecem sobre o trabalho desenvolvido nas respectivas Secretarias Municipal e Estadual de Saúde.

Constatação

Há nove meses e três dias sem fumar, Josué Veríssimo, 56 anos, que atua no setor de hotelaria do HSPR, relatou que fumava há 45 anos e nunca teve, segundo ele, a oportunidade de parar. Ele faz parte do grupo há um ano e acredita que o tratamento é ótimo para quem tem interesse em deixar o vício. “Parar não é fácil e sozinho não se chega a lugar nenhum”, concluiu ele.

Ainda segundo Vetrúcia Teixeira, as ações do programa se voltam, além da promoção e prevenção, ao apoio para o tratamento e ainda ao alerta para os riscos pelos quais os jovens são expostos pela indústria do tabaco, como o uso de narguilé e cigarro eletrônico.