Francisco de Assis Figueiredo, 38 anos, agora se cuida depois de saber dos riscos que corria com vida desregrada (Foto: Olival Santos)

Hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo, obesidade, consumo excessivo de álcool e elevado teor de colesterol no sangue são os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, arritmias e insuficiência cardíaca. Somente no Hospital Geral do Estado (HGE), cerca de 30 pacientes são atendidos por dia pela equipe médica da Unidade de Dor Torácica (UDT), segundo informa a cardiologista Estela Farias.

As enfermidades citadas acima são as mais frequentes, mas ainda somam-se: doença das artérias coronárias (DAC), ataque cardíaco, angina, síndrome coronariana aguda, aneurisma e doença cardíaca reumática. “Todas elas originárias dos maus hábitos de vida da população, como o consumo de comidas e bebidas inadequadas, despreocupação com a prevenção de doenças e descuido durante tratamento médico”, explicou a cardiologista.

O operador de máquinas agrícolas Francisco de Assis Figueiredo, de 38 anos, é um desses pacientes que “de repente” passou a sentir um cansaço fora do comum. “Eu tive uma gripe, depois percebi que passei a ficar sempre muito cansado. Fui ao médico, mas ele dizia que era uma virose. Dores nas costas começaram a aparecer e eu não parava de tossir. Foi quando me mandaram para cá, onde estou fazendo todos os exames”, relatou.

Figueiredo é um forte candidato a desenvolver uma DAC, a aterosclerose, caracterizada pelo endurecimento e estreitamento das artérias no coração causado pelo acúmulo de placas – mistura de substâncias gordurosas que incluem colesterol e outros lipídeos. “Ele fará um ecocardiograma [cria a imagem do coração], eletrocardiograma [mede a função elétrica, taxa e regularidade da batida do coração] e dosagem de enzimas cardíacas [para confirmar ou descartar o infarto]. Na necessidade, ele poderá ainda fazer um cateterismo cardíaco e uma angiografia coronária”, comentou a médica.

Todos os exames mencionados pela cardiologista são oferecidos gratuitamente pelo HGE. “Estou impressionado com o atendimento que estou tendo. Não tenho o que reclamar. Estou sendo muito bem examinado e sentindo-me seguro”, disse Francisco. “A minha única tristeza é agora não poder mais me esbaldar com as macarronadas, pizzas e lasanhas”, brincou.

“As pessoas precisam se prevenir. Elas devem controlar mais o colesterol no sangue através de exames periódicos. Devem adotar um estilo de vida mais saudável, praticar atividades físicas regularmente, não fumar e ter o peso ideal – isso também diminui o risco de diabetes. A ingestão do álcool deve ser moderada. Tendo uma dieta saudável, com consumo de frutas e vegetais, a ingestão de sal e sódio diminui, assim como a presença de gordura saturada e colesterol no organismo”, enfatizou a cardiologista Estela Farias.