Política
Forasteiros querem dominar política em cidades do interior alagoano
Política virou profissão. Não é mais a arte de servir. Hoje em dia, o carreirismo eleitoral virou moda e palavra de ordem entre os que habitam a seara e que se especializam a cada dia nos métodos de “ganhar” eleições.
E não adianta o esforço da população que vai às ruas protestar. Reforma política, essencial para o país avançar, saiu em formato de miniatura, tímida e acanhada, com a sanção presidencial do texto aprovado pelos ilustres senadores e deputados, na segunda-feira, 28.
As mudanças são mínimas e não causam impacto no voraz sistema eleitoral existente. Apenas, um paliativo para aplacar o ânimo dos descontentes com os rumos do país.
Todavia há de se ressaltar o “progresso” da proibição do financiamento privado nas eleições, embora a prática seja difícil de derrubar, por que nesses tempos eleitorais “boi voa” e “vaca tosse”.
Mas diante das mudanças, o brasileiro sempre há de dar um jeitinho para a “burla” eleitoral. E existem aqueles também, que saturados nos lugares onde pelejaram eleitoralmente a vida toda, procuram outras plagas para tentar renascer politicamente.
Palmeira dos Índios, no ano 2000, teve uma experiência semelhante. O então deputado Albérico Cordeiro, detentor de 5 mandatos na Câmara Federal e de altos cargos na esfera governamental, com brilho próprio dentro do seu partido, o PTB, em nível nacional, deixou o conforto do Planalto Central para disputar a eleição da prefeitura de Palmeira dos Índios, que acumulava, na época 22 folhas de salários atrasados.
Mas o que atraia o deputado forasteiro à Palmeira dos Índios, e ainda tendo que enfrentar uma batalha judicial no Tribunal Superior Eleitoral para garantir a candidatura a uma prefeitura em pré-falência?
Ninguém até hoje sabe ao certo, exceto algumas más línguas, que ainda povoam as esquinas palmeirenses.
Nelson Jobim, o ministro gaúcho do TSE concedeu a Cordeiro o direito de ser candidato na terra em que Graciliano Ramos foi prefeito e abriu jurisprudência no país para aqueles que na condição dele se dispusessem a sair de seu domicílio de origem para disputar eleições em terras alheias.
E de lá para cá, a coisa virou moda e detentores de mandatos ou de poder político, ou no ostracismo em suas terras, se aventuram em cidades estranhas para gerenciar FPM’s, Fundeb’s, recursos dos SUS, entre outros menores como IPVA e ISS.
Em 2016 algumas ‘diligências’ com caubóis forasteiros irão aportar em cidades do interior alagoano ou como dizia o “vocalista-coxinha” Roger Moreira do grupo Ultraje a Rigor, eles “vão invadir sua praia”.
O deputado Givaldo Carimbão transferiu o domicílio para Delmiro Gouveia e já anunciou a nova moradia. Antes teve que escolher entre três cidades, qual seria sua presa primeira; Delmiro tem atrativa fonte de recursos e se destaca no alto sertão alagoano.
Katia Born, ex-prefeita de Maceió, e oriunda de Viçosa, escolheu a combalida Rio Largo para tentar ser prefeita. Para mostrar serviço, assumiu a secretaria de saúde local e hoje já se familiariza com a cidade que mais cresceu em numero de eleitores e que quase está integrada à capital, separada apenas por um aeroporto.
Em Palmeira dos Índios, o polêmico deputado-delegado-e-outras-coisas-mais Francisco Tenório, abalizado em 2500 votos obtidos a custa de 70 cabos eleitorais regiamente pagos na eleição de 2014, acha que pode governar a cidade onde nasceu um contra parente seu (distante e por trás da serra) Natalício Tenório Cavalcanti de Albuquerque, o “homem da capa preta”, que fez fama em Duque de Caxias, na baixada fluminense, Rio de Janeiro.
Cada um no seu direito em disputar a eleição. E cada cidadão no dever de escolher bem!
A janela de Albérico Cordeiro para os forasteiros ainda permanece aberta. Mas os tempos são outros e as lembranças de estranhos comandando as terras e as gentes que nunca manteve contato, sem raízes, não são boas.
Em Delmiro Gouveia a resistência (inclusive pelas redes sociais já é visível) e políticos de oposição – antes desunidos, já pensam em união.
Rio Largo assiste tudo isso pela primeira vez. Em Palmeira dos Índios, ainda não “caiu a ficha” no povo! Mas a última experiência foi terrível!
Além desses municípios há rumores de outros pretensos candidatos “de fora” em municípios que nunca bateram um prego numa barra de sabão.
Será que a população dessas terras merece isso novamente?
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