Política
Roberto Requião critica propostas da Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao PMDB
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) contestou nesta quinta-feira (5) as propostas apresentadas pela Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao PMDB, intituladas “Uma ponte para o futuro” e afirmou que as iniciativas não passam de “uma ponte para a ruína do país”.
Ele elaborou uma contestação ao documento da Fundação e cobrou de seus dirigentes a sua publicação na internet, ao lembrar que também é filiado ao partido.
— Além de prever flexibilização de direitos sociais e trabalhistas previstos na Constituição, sob a alegação de que custam muito caro ao Estado e ao setor produtivo, a proposta da Fundação defende o fim da intervenção estatal na economia e de medidas para o combate às desigualdades sociais — disse o senador.
O parlamentar afirmou que o texto propõe medidas como a imposição de limites para a dívida pública; pagamento de menos de um salário mínimo aos aposentados; criação de um comitê independente para avaliar programas sociais do governo; e a criação de uma autoridade orçamentária, que, segundo ele, funcionaria como instrumento do mercado e de banqueiros para impor medidas econômicas ortodoxas.
Roberto Requião lamentou ainda a defesa da privatização e do cancelamento do modelo de partilha do petróleo da camada pré-sal, o que pode reduzir o dinheiro que o país pode destinar para os setores da saúde e da educação.
— Temos quase completa cegueira ideológica, assumindo perigosa hegemonia, bloqueando a ascensão e desenvolvimento do Brasil e usando o nome de Ulysses Guimarães à sua revelia. Ulysses morreu e esse pessoal da Fundação que leva o seu nome quer enterrar agora as suas ideias — ressaltou.
Roberto Requião afirmou que a crítica à elevada taxa de juros é o único ponto em que concorda com o documento da Fundação Ulysses Guimarães.
— No entanto, para os dirigentes da Fundação, qualquer voluntarismo para o combate aos juros seria o caminho certo para o desastre, o que comprova que eles estão mais alinhados com os interesses do mercado e dos banqueiros do que com os da população brasileira — acrescentou.
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