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Impostos fazem Dos Anjos preferir lutar nos EUA
Ver Rafael dos Anjos lutando de perto é uma coisa que poucos brasileiros tiveram a possibilidade de fazer. O campeão dos pesos leves até estava cotado para liderar um card em março no Rio de Janeiro, mas acabou assinando para enfrentar Conor McGregor em terras estrangeiras, em Las Vegas.
Motivo de lamentação? Nem tanto assim!
Em conversa exclusiva com o ESPN.com.br, Dos Anjos explicou que, na verdade, até prefere lutar nos Estados Unidos. E ele tem mesmo os seus motivos muito bem explicados.
“Eu adoraria lutar no Rio, no Brasil. É sempre bom sentir a energia da galera aqui. Mas uma coisa que pega muito para lutar aqui são as taxas (impostos). A gente tem bastante coisa pra pagar e uma das cosias que me desanima de lutar aqui é isso. São 30% (de desconto) na folha do cheque. Com esse dinheiro eu posso fazer muita coisa, pagar meus técnicos, meu empresário. Muita gente não fala, mas acho que uma das coisas que mais pesa é isso. Você não pode lutar pra ganhar metade da sua bolsa”, disse Rafael dos Anjos.
Na ponta do lápis, a reclamação gera uma conta que chega bem perto de meio milhão de reais. Vejamos os números:
Em sua última luta, contra Donald Cerrone, Rafael dos Anjos ganhou cerca de R$ 1,2 milhão de bolsa, R$ 200 mil pelo prêmio de performance da noite e mais R$ 160 mil da fornecedora oficial de uniformes do UFC, a Reebok. No total, ele embolsou R$ 1,56 milhão – sem contar outros patrocínios que teve. No Brasil, o famoso Leão dos impostos embocaria nada menos que R$ 468 mil logo de cara.
E esse valor ainda deve ser bem maior agora, já que a bolsa para a luta com McGregor será maior.
“Aqui é 30% na folha, no cheque. Você já recebe 30% a menos. Lá é o cheque inteiro e no final do ano você faz as suas deduções, coloca quanto pagou no coach, nisso e naquilo e tem essa dedução nesse valor. Você tem uma volta. O problema é que aqui você não deduz nada. Você perdeu 30 e perdeu. E lá você tem a dedução”, reclama Dos Anjos.
E, como diz o próprio Rafael, o valor descontado pesa bastante no final. Isso porque o lutador não leva para a conta o valor inteiro de sua bolsa. Há ainda a dedução de todo o valor investido nos treinamentos. Nas contas, um valor bem parecido com o que iria embora com os impostos brasileiros.
“Tenho meu mestre Roberto Gordo que mora em Abu Dhabi e é porcentagem. Tem a porcentagem do manager, do coach de jiu-jitsu, do professor, do técnico do muay thai, do preparador físico… tem bastante custo. E aí você vai fazer uma compra, e tem o salmão de dois dólares, mas também tem o de 15, que é muito melhor. Vou comprar o de 15 porque você tem que colocar uma gasolina boa no carro que você tá andando”, explica.
“(O valor pago aos técnicos) É de 15 a 20% da bolsa do total. Essa porcentagem do grosso da bolsa (sem os descontos de impostos) vai para pagar treinador, preparador físico e todo mundo, sem contar o empresário”, completa.
De volta às contas: com os 30% de impostos e os 20% de treinadores, Rafael dos Anjos ganharia apenas a metade de sua bolsa para lutar no Brasil. E isso ainda sem descontar o dinheiro do empresário e a grana investida no dia a dia, com alimentos e todas as outras contas.
Não por menos, Rafael dos Anjos fez apenas uma luta no Brasil desde que entrou no UFC – e olha que ele já luta pela entidade desde novembro de 2008. A última aparição dele por aqui foi em 2013, quando venceu Evan Dunham em Jaraguá do Sul.
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