Burocracia contribui para a lotação dos pátios dos batalhões espalhados pelo estado [Foto: Divulgação]

A apreensão de um veículo ocorre quando ele é abordado numa blitz ou fiscalização e são encontradas irregularidades como infrações de trânsito ou alguma relação com crimes. Quando isso acontece, o veículo é recolhido ao depósito do Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL). Devido a superlotação do pátio da autarquia, os veículos passaram a ser encaminhados aos Batalhões de Polícia Militar (BPM).

A retirada destes veículos dos pátios dos Batalhões demanda uma verdadeira operação. A cada retirada é preciso fazer uma catalogação do veículo, fazendo um levantamento histórico para a verificação de procedência. Com isso é possível descobrir se o veículo tem queixa de roubo ou algum problema de ordem judicial.

De acordo com José Williams, superintendente Operacional de Trânsito do Detran/AL, essa catalogação é um processo demorado, porém necessário. Segundo ele, a equipe está trabalhando intensamente e sem revezamento, de segunda a sábado. Apesar de toda a dificuldade, em alguns Batalhões as catalogações já foram concluídas ou estão em andamento.

As retiradas começaram em União dos Palmares por determinação do secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, e tiveram continuidade em Arapiraca, que contava com cerca de 1.300 veículos que estão em processo de catalogação.

Os veículos que são provenientes de inquéritos precisam ser tratados de uma maneira diferenciada.

“Existem inquéritos que duram 30 anos, então estamos tentando colocar esses veículos em um local onde eles não fiquem expostos para que não tenhamos acúmulo de água gerando outro problema que é o de saúde. A ideia é reservar uma área para acomodar só esses veículos que têm relação com crimes, mas seguindo a mesma dinâmica de catalogar cada um”, explica José Willamis.

Apesar do processo estar caminhando ainda não é possível determinar um prazo para que todos os veículos sejam retirados dos batalhões. Isso acontece pelas peculiaridades de cada BPM, tais como o próprio transporte destes veículos para Maceió.

Para o ano de 2016, o Detran/AL pretende instaurar o modelo de Inservíveis, que consiste em não colocar os veículos que têm mais de dois anos e nunca foram procurados pelos respectivos donos, de volta às ruas. Eles serão prensados e voltarão para a siderurgia, desafogando os galpões de veículos.

“Neste primeiro momento, o modelo de inservíveis valerá para aliviar os pátios onde estão armazenados veículos de nossa responsabilidade. Paralelo a isso já estamos rodando um processo com a intenção de fazer um leilão para que eles retornem aos ferros velhos e sirvam de sucata. Mas isso só poderá ter continuidade após o credenciamento dos ferros velhos”, conclui o superintendente.

Na próxima segunda-feira (7), o diretor-presidente do Detran/AL, Antônio Carlos Gouveia, acompanhado pelo secretário de Segurança Pública, farão uma visita ao 3º Batalhão da Polícia Militar, localizado em Arapiraca. A visita consiste em conhecer o local que será alugado para receber os carros que estão sendo retirados da unidade militar.