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Entrega de armas é crucial para firmar acordo de paz com as FARC, diz governo colombiano

Equipe do governo colombiano em Havana afirmou que existem “diferenças sobre temas fundamentais” em diálogos com as FARC
(EFE)
O chefe da equipe de negociação do governo colombiano com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Humberto de la Calle, declarou na noite desta quarta-feira (23/03) que ainda há pontos pendentes nos diálogos entre os dois lados antes da finalização do acordo de paz, em especial quanto à entrega dos armamentos do grupo, condição imposta por Bogotá para concessão de anistia a delitos considerados graves e permissão para que guerrilheiros possam fazer política legalmente no país.
“O que será pactuado sobre participação política deve estar sujeito também à entrega de armas, condição para a aplicação dos mecanismos de justiça transicional e para abrir a porta à reincorporação [dos guerrilheiros] na vida civil”, disse de la Calle, acrescentando que o acordo precisa assegurar à população colombiana “o rompimento do vínculo entre política e armas”. Ele destacou também que o governo deseja que a anistia a delitos graves seja concedida após a entrega de armas, o que as FARC propõem que ocorra no momento da assinatura do acordo final.
O prazo inicial, que foi consensualmente estendido no começo deste mês, havia sido estipulado em setembro para esta quarta, 23 de março. Desde o início, as negociações entre as FARC e o governo da Colômbia ocorrem em Havana, capital de Cuba.
“Temos de dar proteção jurídica e física às FARC, mas elas precisam garantir à sociedade civil que irão se incorporar leal e limpamente à vida civil”, afirmou de la Calle. Em seu pronunciamento, ele afirmou ainda que ainda existem “diferenças importantes [do governo] com as FARC sobre temas fundamentais”.
O chefe da delegação de paz das FARC, Luciano Marín Arango, conhecido como “Iván Márquez”, também fez um pronunciamento à imprensa nesta quarta, no qual disse que o prazo inicial não foi cumprido “porque as exigências lógicas de uma prolongada e complexa guerra assim determinaram”.
“Estamos delineando o caminho mais propício para avançar na concretização de assuntos cruciais como a anistia, a cessação bilateral de fogo e de hostilidades, o processo de abandono de armas e a execução de ações que garantam a segurança jurídica e a implementação efetiva de todos os compromissos”, disse Márquez.
Ele pontuou ainda que a reunião da última segunda-feira (21/03) com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que esteve na delegação do presidente Barack Obama em sua visita a Cuba, demonstrou “o ânimo [de Kerry] de contribuir para buscar a paz e a normalização da vida colombiana”.
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