Nos bastidores, vice-presidente Michel Temer trabalha para seu partido romper com o governo – Fotos Públicas

A estimativa é de uma peemedebista pró-governo, amiga pessoal da presidenta Dilma Rousseff. Mas não deixa de surpreender: segundo a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, a ala governista do PMDB é maioria e deve vencer a convenção da próxima terça-feira (29) que decidirá de uma vez por todas se a legenda continuará apoiando o Planalto ou se pretende aderir de vez à oposição, com quem vem mantendo conversas.

Segundo a ministra, o governo contaria com 79 votos contra 66, uma vantagem de 13 votos, informa reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Outros três parlamentares estariam indecisos. A própria ministra teria passado esses números a Dilma.

Para ministros do PMDB, foi o próprio vice-presidente Michel Temer – presidente da legenda – quem quis antecipar a decisão, prevista para 12 de abril. O receio, dizem eles, é que Temer acabe envolvido em revelações da Lava Jato e acabe sem condições de assumir a presidência em caso de impeachment, o que ele nega.

Para o ministro Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), “o PMDB veio até aqui com o governo, tem o vice. Seria uma irresponsabilidade ter ministros da importância como Saúde, Minas e Energia e Agricultura, e, em um momento de crise tão profunda, a gente esvaziar os ministérios”.

O empenho dos ministros pelo governo seria tamanho que até o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou a dizer abertamente que o PMDB incorrerá em erro se tentar destituir uma presidenta “sem base legal”.