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Ídolo do Barcelona, Luis Enrique tenta apagar passado e nem fala o nome de rival
Messi, Suárez e Neymar são a cara do Barcelona do segundo triplete, do time que não perde há 39 jogos e que pode fazer ainda mais nesta temporada. Mas quem também entra para a história a cada partida é Luis Enrique Martínez García, o técnico do time que já entra na fila para ser considerado um dos melhores de todos os tempos no futebol europeu.
Luis Enrique também é a cara do Barcelona, e não é de hoje.
Entre 1996 e 2004 ele foi a cara e o coração de um time bem diferente: que ganhava pouco, sofria muito e era conhecido mais por seus esforços do que por suas conquistas. O hoje técnico foi capitão, deu a cara a tapa e identificou-se tanto com o clube catalão que até hoje tenta esquecer os cinco anos anteriores, antes de sua chegada.
Sim, porque antes de vestir-se de azul e grená, Luis Enrique jogou no Real Madrid. Fez gol no Barcelona – o quarto de uma goleada por 5 a 0, diante do time de Johan Cruyff – e comemorou gritando “toma!” e mostrando o escudo do time branco para um Santiago Bernabéu lotado.
© EFE/Alejandro García Luis Enrique Tecnico Barcelona Arsenal Champions 16/03/2016
Foram 241 jogos e 23 gols, em uma passagem que começou promissora, mas acabou terminando com críticas de imprensa e torcida, sobretudo depois da saída de jogadores importantes como Emilio Butragueño e Rafael Martín Vazquez.
Quando teria de apresentar-se como protagonista e ídolo do time branco, Luis Enrique falhou. Não renovou contrato, aceitou uma proposta do Barcelona, e foi para o maior rival; no Camp Nou, ele se transformou no líder que o Bernabéu esperava que fosse.
“Ele já disse várias vezes que não se reconhece naquelas imagens, jogando, marcando gols e comemorando como louco pelo Real Madrid”, afirma Javi Giraldo, jornalista do Sport, asturiano como Luis Enrique e torcedor do Sporting de Gijón, time em que “Lucho” começou a carreira.
A memória de Luis Enrique é mesmo seletiva sobre o assunto. Na semana passada, em uma entrevista coletiva, o ESPN.com.br perguntou que memórias ele tinha dos 5 anos em que o Barcelona não era seu time, mas sim o maior rival. “Quando foi isso? Você se lembra do ano? Pois eu não me lembro de nada”, respondeu, com um sorriso irônico.
© Getty Bicampeão espanhol pelo Barça, Luis Enrique também venceu no Real; conheça mais do técnico catalão
“Ele chegou a Barcelona com muitas dúvidas, a torcida tinha aquela coisa de pensar ‘esse cara fazia gols contra nós e gritava com a camisa do Real Madrid… agora ele chegou aqui…’. Mas ele conquistou os torcedores de imediato e foi um dos jogadores com melhor relação com os Boixos Nois”, afirma Ramon Besa, editor de esportes do El País, referindo-se à torcida mais radical do Barcelona, quem nem sequer pode entrar no Camp Nou.
A cumplicidade aumentava com os números. Pelo time, foram 300 partidas oficiais como jogador, com 108 gols. O 13o maior goleador da história do clube .
Desde que chegou ao Barcelona como treinador do time principal, em junho de 2014, Luis Enrique volta e meia é questionado sobre o time madrileno – há duas emissoras de TV de Madri que têm correspondentes na Catalunha e sempre perguntam sobre temas relacionados ao rival – e quase sempre escapa com respostas monossilábicas ou com a frase que já virou sua marca: “Não alimento polêmicas”.
© Getty Luis Enrique jogou no Real Madrid entre 1991 e 1996
Quando se estende na resposta, não costuma mencionar o nome do adversário. ) Real Madrid, na boca de Luis Enrique, é sempre “o eterno rival”.
E, na memória do treinador, talvez seja até menos do que isso. É o time que ele tenta esquecer.
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