Política

Cunha crava placar da votação do impeachment em bolão

12/04/2016
Cunha crava placar da votação do impeachment em bolão
O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante sessão para votação de requerimentos.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, apostou placar da votação do relatório sobre o impeachment de Dilma Roussseff.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) provou conhecer a vida política como poucos em Brasília. Em um bolão – aparentemente sem dinheiro apostado, segundo deputados – o presidente da Câmara cravou o resultado da comissão do relatório sobre impeachment de Dilma Rousseff, aprovado com o placar de 38 a 27.

Cunha acompanhou a votação em seu gabinete ao lado de aliados como o ex-líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL) e Arthur Lira (PP-AL). Para o presidente e seus companheiros, a aprovação do relatório ocorreu devido a três movimentos.

Segundo eles, a decisão de Quintella de não ceder à pressão de Valdemar Costa Neto, que votou a favor do impeachment, o encontro entre Jorge Picciani e Michel Temer, que poderá reverter votos no Rio de Janeiro e ainda a ação do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Ele sinalizou uma dificuldade de conter a vontade de parte da banda em votar a favor da saída de Dilma.

Para o grupo, a atitude de Quintella poderá ser seguida por outros 10 deputados da bancada, além dos outros 16 que já haviam se posicionado a favor do impeachment.

A decisão a favor do impeachment, aprovada por 38 votos contra 27, terá que ser ratificada por dois terços dos deputados para seguir ao Senado, que por maioria simples poderá afastar Dilma da presidência por até 180 dias enquanto analisa o caso.

O afastamento definitivo de Dilma exigirá a aprovação de dois terços dos senadores.

O governo e o Partido dos Trabalhadores (PT) já esperavam a derrota na comissão, e agora apostam tudo na votação no plenário da Câmara, no qual a oposição precisa obter o apoio 342 do total de 513 deputados.

Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que o processo de impeachment é uma tentativa de “golpe”.