Política
Áudio no WhatsApp diz que Dilma vai confiscar a poupança
Um áudio gravado e enviado via WhatsApp se espalhou pelas redes sociais e mexeu com um dos grandes traumas da população brasileira: o confisco das cadernetas de poupança, fato que ocorreu no governo Collor, em 1990.
O alerta seria para esta sexta-feira, dia 15 de abril. Na gravação, um homem se identifica como major Duarte, presidente do Grupo Gedobam, uma empresa verdadeira que faz treinamento em segurança no Rio de Janeiro. Ele pede atenção para a informação que afirma ser confidencial.
“Os senhores que ainda têm uma certa quantia em banco, em conta corrente, em caderneta de poupança, retirem todo o seu dinheiro. Retirem o dinheiro de vocês do banco. Golpe de Estado! A Dilma vai passar a mão em todo o dinheiro da conta corrente e da caderneta de poupança no dia 15.”
No áudio, de pouco mais de um minuto, ele fala que a informação vem dos Estados Unidos. O homem ainda afirma que uma revolução está em andamento em São Paulo e que uma guerra civil será instaurada no país.
A verdade por trás do boato – Mensagem idêntica, com a mesma data do suposto confisco, foi lançada nas redes sociais em 2015, apenas com a origem da informação diferente. Já o novo áudio foi gravado e enviado há quatro meses dentro do grupo de WhatsApp criado pelo Major Ronaldo Duarte, diretor do Gedobam — Centro de Treinamento Especializado.
A origem ainda não foi identificada. Indignado por ter seu nome envolvido na farsa, o verdadeiro major Duarte quer punição aos responsáveis.
“Obviamente, é tudo falso, jamais enviei isso. O caso já está na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro. Eles chegarão aos responsáveis”, afirma o major.
Ele já tem as próprias suspeitas. Seriam integrantes que deixaram o grupo do WhatsApp pouco antes da gravação circular.
“Repassei tudo para a polícia. Sei bem quem estava no grupo, sei quem saiu nas últimas semanas, quem saiu pouco antes desse áudio ser lançado. Afirmo que não há como os responsáveis escaparem”, promete o major Duarte.
O confisco da popança – O que hoje é boato foi realidade em 16 de março de 1990. Um dia depois da posse, Fernando Collor de Mello anunciou uma série de medidas econômicas. Entre elas, uma que chocou os brasileiros: o confisco dos depósitos bancários e das então intocáveis cadernetas de poupança por 18 meses.
O Plano Brasil Novo teve suas medidas revistas com a liberação de dinheiro retido nos bancos e acabou mergulhando o país numa recessão histórica. .
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