Política

Saiba como foi a repercussão da decisão da Câmara sobre o impeachment

18/04/2016
Saiba como foi a repercussão da decisão da Câmara sobre o impeachment
 Resultado da sessão que aprovou impeachment da presidente Dilma na Câmara gerou repercussões (Foto: noticias.gospelmais)


Resultado da sessão que aprovou impeachment da presidente Dilma na Câmara gerou repercussões (Foto: noticias.gospelmais)

A decisão da Câmara dos Deputados pelo prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) gerou repercussões, ainda na noite deste domingo, 17.

Veja o que disseram representantes do governo, da oposição e de entidades:

Aécio Neves, senador e presidente nacional do PSDB

“Vitória do impeachment. Vitória dos brasileiros e da democracia. Daqui para frente, todos os governos vão saber que ninguém está acima da lei, que ninguém é dono do país, nem do estado, nem da democracia. A luta ainda não acabou. Agora, o pedido de impeachment vem para o Senado. Vamos em frente. Vamos tirar o Brasil da crise.”

Afonso Florence (BA), líder do PT na Câmara

“Eduardo Cunha ganhou a presidência da Câmara, garantiu a pauta-bomba e a desestabilização política em 2015. Ele está impedindo ser investigado e agora, com o grupo dele, aprova o pedido de abertura de processo de impeachment sem nenhum fundamento legal, de uma presidente honesta, enquanto ele responde no Supremo.”

Cássio Cunha Lima, senador pelo PSDB-PB e líder do partido no Senado

“Agora a gente vai ter a chegada de um comunicado amanhã. Na terça, é lido no Senado e, em 10 dias, teremos a votação do afastamento da presidente. Lá passa também.”

Chico Alencar, deputado do PSOL-RJ

“Nós nunca frequentamos o Palácio do Planalto, mas a novidade hoje é a qualidade do parlamento. Ao votarem pelo impeachment, os deputados pediam pelo papai, pela mamãe, pelo filho. É uma visão paroquialista. As discussões em cima das pedaladas foram ínfimas. Usaram o nome de Deus em vão à vontade. A política está rebaixada. Os partidos são de aluguel e volúveis, vão com quem dá mais. Dilma é pessoalmente honesta e foi destituída por um notório criminoso que é o Eduardo Cunha.”

Eduardo Cunha, do PMDB, presidente da Câmara dos Deputados

“Tudo isso é muito triste, é um caso grave. Nós, quando autorizamos a abertura, nós falamos isso, não era com nenhuma alegria que a gente estava fazendo isso. E agora o plenário confirmou depois que a comissão confirmou. O país passa por sérias dificuldades. A presidente perdeu as condições de governabilidade já faz tempo, perdeu todo e qualquer escrúpulo nesse feirão que foi feito para tentar comprar votos de qualquer maneira.”

Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)

“A votação expressiva hoje na Câmara refletiu a vontade da maioria da população brasileira, que pediu pela mudança. Não é um momento fácil, mas é um momento para a união.”

Francisco Dornelles, do PP, governador em exercício do Rio de Janeiro

A admissibilidade do processo de impeachment foi realizado dentro dos parâmetros previstos pela Constituição e sua aprovação pela Câmara tem que ser, agora, ratificada pelo Senado. Acredito que o Brasil atravessa uma fase difícil venha o Senado confirmar ou não a decisão da Câmara. O importante é que o país encontre um clima de união para vencer os graves problemas que vive.

Geraldo Alckmin, do PSDB, governador de São Paulo

“Deputados ouviram a sociedade. Foi apenas um primeiro passo, mas de imenso significado para encerrar a crise política, recuperar a economia e gerar empregos.”

Ivo Sartori, do PMDB, governador do Rio Grande do Sul

“A paciência dos brasileiros passou dos limites, somente com união construiremos a esperança que aos poucos devolverá segurança para as nossas vidas. Sejamos todos pelo Rio Grande e pelo Brasil.”

Jaques Wagner, ministro chefe do gabinete da presidente Dilma Rousseff

“Foi um retrocesso a instauração de processo de impeachment contra a Presidente da República, Dilma Rousseff, eleita por 54 milhões de votos e sem nenhum processo e crime de responsabilidade. De modo que a decisão da Câmara dos Deputados ameaça interromper 30 anos de democracia no país.”

Jandira Feghali, deputada do PC do B-RJ

“A nossa contabilidade estava correta, mas, quando chega no plenário, são feitos acordos não republicanos e aconteceu o efeito manada. Temos um Congresso rasteiro, que não conhece a Constituição.”

José Eduardo Cardozo, ministro da Advocacia-Geral da União

“Eu ouvi indagarem: ela [Dilma] vai renunciar? Ela vai de alguma forma fraquejar? Não. Uma pessoa que acredita em causas que luta por causa vai até o fim desta luta para escrever na história que ela não se acorvadou e que brigou pelo que acredita. Se ela é vítima hoje de uma ação orquestrada, cabe a ela lutar com suas forças para demonstrar à sociedade que não se abre mão da democracia que foi tão duramente conquistada.”

José Serra, senador pelo PSDB-SP

“A Câmara dos Deputados decidiu pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma. Agora é com o Senado.”

Jovair Arantes, deputado do PTB-GO e relator do processo de impeachment

“O que nós fizemos aqui, se o Senado não tiver sensibilidade para acatar, para realizar a importância que o povo brasileiro está exigindo, realmente fica difícil. Mas entendo, acredito e tenho certeza que os senadores brasileiros vão fazer admissibilidade do nosso processo e vão julgar a presidente Dilma e dar o impeachment.”

Leonardo Picciani, deputado federal pelo PMDB-RJ e líder do partido na Câmara

“Vejo [o resultado] com naturalidade. Eu tinha um convencimento de que o impeachment não era possível por não haver crime de responsabilidade. Votei de acordo com minha consciência, mas não foi a decisão da maioria.”

Luiz Fernando Pezão, do PMDB, governador do Rio de Janeiro

“Não cabe a mim contestar o resultado da votação na Câmara, mas posso dizer que lamento profundamente a decisão, que representa um atraso à democracia do nosso país. Sempre me posicionei publicamente contrário ao impeachment da presidenta Dilma, que considero uma pessoa digna e honrada. Não acredito que seja esse o mecanismo mais adequado para ajudar o Brasil a vencer a crise e avançar como uma nação melhor. A presidenta Dilma foi eleita pelo voto.”

Movimento Brasil Livre, grupo de oposição ao governo

“Quem lembra das primeiras manifestações na Paulista ainda em 2014? E o 15 de março, quando nem a oposição apoiava? E a Marcha pela Liberdade? E pelas centenas de pequenos atos nas diversas unidades do movimento? Nosso muito obrigado a quem acreditou e a quem nos apoiou.”

Onyx Lorenzoni, deputado pelo DEM-RS

“O PT mentiu, traficou influências, operou em Portugal, desviou dinheiro da Petrobras. Destrui a sétima petrolífera do mundo, mas aqui não é a Venezuela. Aqui havia um bando de bravos com capacidade de resistência. Nós resistimos ao dinheiro, ao poder petista, à articulação do foro de São Paulo, que é uma organização de partidos de esquerda, e fomos capazes de libertar o Brasil. A partir de amanhã começa uma nova fase, vai lá para o Senado Federal, com o suporte no rito aprovado pelo Supremo Tribunal Federal. Nós brasileiros vamos limpar este país.”

Paulo Câmara, do PSB, governador de Pernambuco

“O julgamento final cabe agora ao Senado Federal. Qualquer que seja ele, evidencia-se, mais uma vez, a robustez e o equilíbrio das instituições democráticas nacionais, em um momento de grande crise no País. Devemos, no entanto, ter ciência que não é algo singelo e confortável o fato de num período de apenas 24 anos tenha existido a necessidade de afastar dois presidentes da República.”

Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)

“A Constituição diz: o poder emana do povo e em nome dele é exercido. Foi isso que fez a Câmara dos Deputados. O Brasil venceu!”

Roberto Freire, presidente nacional do PPS

“Agora é que vai começar o trabalho. Com o impeachment, teremos um presidente da República que falará e não terá como resposta o panelaço.”

Romero Jucá, senador e presidente nacional do PMDB

“O PMDB recebeu o resultado da votação pela abertura do impeachment com muita calma e muita responsabilidade. O PMDB vai agora trabalhar junto com os outros partidos no âmbito do Senado Federal. Nós queremos conduzir o processo dentro do Senado com muita responsabilidade. Vamos agora trabalhar no Senado para efetivamente demonstrar que houve crime de responsabilidade.”

Ronaldo Caiado, senador pelo DEM-GO

“O Senado tem a responsabilidade de, respeitando o rito, antecipar os passos porque não podemos continuar nessa situação de caos.”

Rubens Bueno, deputado federal pelo PPS-PR

“No impeachment do Collor, o PT fez valer a Constituição. E agora estamos fazendo valer a mesma Constituição. A situação política é tão grave que colocou o país numa crise econômica.”

Rui Falcão, presidente nacional do PT

“As forças mais reacionárias do país venceram a primeira batalha para a deposição da presidenta Dilma Rousseff, ao aprovarem – sob o comando do réu Eduardo Cunha e as promessas do vice conspirador – a admissibilidade do processo de impedimento na Câmara dos Deputados.”

Sílvio Costa, deputado federal pelo PT do B e vice-líder do governo na Câmara

“Estou indignado com a injustiça. Nós somos uma das maiores democracias do mundo, não é uma republiqueta de banana, para um grupo de pessoas prepostas de Cunha, gente que 95% não tem qualidade ética e moral para tirar uma presidenta da República.”

Silvio Torres, deputado federal pelo PSDB-SP e secretário-geral do partido

“Havia projeções que já indicavam número bem expressivo de votos. Mas nós confirmamos isso quando vimos que o próprio governo já tinha jogado a toalha. A expectativa no processo no Senado é que a admissibilidade tenha tramitação rápida. Mas posteriormente acho que vai haver mais dificuldade. Enquanto isso, o Michel Temer vai viver um grande desafio. Vai ter uma oposição acirrada contra ele. Vão tentar enfraquecer o governo dele e fortalecer a ideia de fazer novas eleições. O grande desafio do Michel Temer é ter uma condução política forte. Da parte do PSDB vai ter muito boa vontade, porque as propostas do Temer coincidem com várias das propostas do Aécio, em 2014. Vamos apoiar o projeto, independente de fazer parte do governo.”

Wadhi Damous, deputado federal pelo PT-RJ

“Caso se consolide no Senado o que aconteceu aqui na Câmara, a saída vai ser eleição, sem sombra de dúvida.”