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Algo sobre olimpíadas
O poeta grego Homero, alguns séculos antes de Cristo, é considerado como autor da “Ilíada” e da “Odisseia”. De acordo com a tradição, ele é apresentado como bastante idoso e cego, andando de cidade em cidade, recitando seus versos. Suas obras literárias tiveram grande aceitação sobre escritores, filósofos e até mesmo entre seres em formação, ou seja, entre crianças e adolescentes.
José dos Santos Marques, na sua publicação “Sala de visitas”, cita e comenta uma frase do mencionado poeta: “Seja o primeiro sem desmerecer o segundo”. Foi na Olimpíada de Atenas em 2004. O brasileiro Vanderley Cordeiro de Lima, estava na frente, na corrida de 40 quilômetros ou um pouco mais.
Já no fim da corrida, à frente de todos, nosso conterrâneo estava divisando sua vitória. Eis que surge um débil mental que agarra o mencionado corredor e alguns participantes da corrida passam à frente. Assim prossegue José dos Santos Marques: “Mas o nosso conterrâneo, desvencilhando-se daquele indivíduo estranho, continuou a corrida e chegou em terceiro lugar, entrando no estádio de Atenas com uma alegria indizível, como se ganhasse a medalha de ouro. E cumprimentou afetuosamente os dois que chegaram à sua frente, e não se melindrou não se aborreceu com o terceiro lugar”.
Aqui ocorreu o contrário da exortação de Homero. Quem estava em terceiro lugar não “desmereceu” os dois primeiros vencedores. Contudo para o mundo, Vanderley Cardoso de Lima foi moralmente o grande vencedor.
Por seu turno, o médico e jornalista Milton Hênio lembra em um de seus artigos, uma Olimpíada dos Especiais. Eram, em determinado momento, nove os participantes e todos com certa deficiência física ou mental.
Tratava-se de uma corrida de cem metros rasos. Todos partiram, não em alta velocidade, mas com desejo de fazer o que fosse possível. Eis que um dos participantes, um adolescente de quinze anos, tropeçou e caiu no asfalto. Uma das meninas, com síndrome de Down aproximou-se para confortá-lo, dá-lhe um beijo na testa.
A atividade da menina chamou a atenção de todos os membros da corrida. E todos, sem exceção aproximaram-se do adolescente e de braços dados, devagar e bem devagar, atingiram juntos a linha de chegada. Os que estavam no estádio levantaram-se e calorosamente aplaudiram aquele gesto de solidariedade, jamais pensado e imaginado. Na verdade, os deficientes também amam.
Como se sabe, nas Olimpíadas há uma diversidade de esportes. Um dos mais preferidos, ou mesmo o mais preferido pela maioria dos brasileiros é o futebol. Até que enfim, o grupo de jovens conseguiu medalha de ouro nesta última Olimpíada. Quanto ao futebol feminino, escapou-lhe até a medalha de bronze.
Por fim, em meio à multiplicidade de esportes, não poderiam ser eliminados os mais violentos? Como lembra Roberto Pompeu: “… boxeadores se esmurram na cara, plantando-se mutuamente lesões cerebrais futuras; judocas mostram o modo mais eficaz de quebrar braços ou pernas também fora do mundo ideal do tatame …” É algo que precisa ser avaliado.
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