Política
Instituto Dataconsulta que fez pesquisa em Palmeira é acusado de fraude em outros municípios
O Instituto Data Consulta pertencente a empresa E. S. de Morais LTDA ME que divulgou uma pesquisa sobre a eleição em Palmeira dos Índios no dia 28 de agosto bastante contestada e que foi contratado recentemente por um periódico da capital para confeccionar outra consulta ao eleitorado palmeirense com publicação para este domingo (25) está sendo acusado de fraude na cidade de Penedo e teve por determinação judicial uma pesquisa realizada no município de Cajueiro suspensa e sua divulgação proibida.
Como se denuncia em outras cidades o Instituto vem dando mostras de ter opções por determinadas candidaturas para induzir o eleitor a erro. Além de Palmeira, Penedo e Cajueiro, também na cidade do Pilar, o instituto já foi contestado na Justiça.
As denúncias dão conta de que o Dataconsulta está sediado em um bar na cidade de Novo Lino e que seu estatístico (responsável por condensar os dados da pesquisa) não tem registro no órgão competente.
Na eleição palmeirense existem relações entre o instituto e seu primeiro contratante – o portal “todosegundo” cujo dono, Djalma Lima era filiado ao PSB – e que evidencia o suposto interesse na candidatura a prefeito de Julio Cezar da Coligação “Palmeira quer mudança”, também do seu partido. A primeira pesquisa no período eleitoral foi divulgada no dia 28 de agosto.
Já agora para a segunda pesquisa a ser divulgada neste domingo (25), o contratante é a empresa Fonte Notícias, cujo responsável é o jornalista Deraldo Francisco, editor do Jornal quinzenal ‘O Dia Palmeira’ e que possuiria suporte financeiro do ex-secretário da Paz Adalberon Sá simpatizante da candidatura de Cezar.
Adalberon Sá que é filiado a REDE de Marina Silva é afilhado político de Givaldo Carimbão (PHS), deputado-federal que tenta ser prefeito de Delmiro Gouveia e trabalha no gabinete de seu filho Carimbinho na ALE como assessor parlamentar.
Adalberon ensaiou uma candidatura majoritária em Palmeira dos Índios, porém não conseguiu aglutinar forças em torno de seu nome e resolveu apoiar Julio Cezar (PSB) participando ativamente da campanha.
Comentam na cidade que a utilização da suposta pesquisa seria uma forma de garantir prestígio a candidatura do pessebista em detrimento das outras.
Custos das pesquisas
A primeira pesquisa para auferir a eleição em Palmeira dos Índios realizada pelo instituto com sede na pequena cidade de Novo Lino, na Zona da Mata do Estado, custou apenas R$1.000,00 e ouviu 551 entrevistados.
Já a segunda pesquisa a ser divulgada em Palmeira dos Índios – em que pese o lapso de tempo de menos de 30 dias – custou ao novo contratante 150% a mais, ou seja, R$2.500,00 para consultar 553 pessoas.
Notem que a diferença entre uma e outra pesquisa, além do preço 3 vezes superior está na quantidade de entrevistados: dois a mais.
Em Cajueiro – um município bem menor do que Palmeira dos Índios – com números de eleitores também bastante inferior, o instituto Dataconsulta ouviu 602 pessoas e a pesquisa custou R$1.800,00. Em Penedo, município maior, o instituto ouviu o mesmo número de pessoas e cobrou também R$1.800,00.
Números díspares e valores contraditórios, sem critérios de mercado, onde se paga mais para se pesquisar em municípios menores.
Além disso, o preço médio de uma pesquisa em Alagoas com 400 questionários em outros institutos com idoneidade, não sai por menos de R$6.000,00.
Dataconsulta foi acusado de fraude em Penedo e teve pesquisa proibida em Cajueiro
Em reportagem do Portal aquiacontece.com.br com sede em Penedo, o Dataconsulta foi acusado de fraude. Notícia semelhante, mas desta feita narrando a proibição judicial de divulgação da pesquisa foi publicada no Portal “noticiasvelhochico.com.br” em matéria assinada pelo jornalista Fernando Vinicius.
Veja os links: Aquiacontece e Notícias do velho chico
No município de Cajueiro a empresa E.S. de Morais Consultoria (Dataconsulta) foi impedida de divulgar pesquisa de intenção de voto. De acordo com a denúncia recebida pelo juiz eleitoral Carlos Aley Santos de Melo, a empresa, tem “idoneidade duvidosa”.
“A Data Consulta não tem seu responsável pelo trabalho de estatística – identificado com o nome Ulisses Ramos Montarroyos – no “órgão de normatização e fiscalização pertinente”, apontou o magistrado em decisão publicada na quinta-feira, 22.
Além disso, o endereço registrado para a sede da Data Consulta é de um bar situado em Novo Lino, município alagoano situado na divisa com Pernambuco, como pode se ver na foto acima.
A descoberta da fraude aconteceu durante investigação sobre pesquisa registrada em nome da Dataconsulta no município de Pilar, conforme noticiou o site Minuto Nordeste.
Os indícios de irregularidades fundamentaram a decisão do juiz eleitoral de Cajueiro.
Em Palmeira dos Índios o juiz Geneir Marques teve entendimento diferente dos dois colegas de Penedo e Cajueiro e não acatou uma representação ingressada contra a primeira publicação da pesquisa do Dataconsulta.
Já em Penedo o candidato a prefeito de Penedo Dr. Raimundo Souza (PHS) disse que o serviço não merece ter credibilidade porque o instituto contratado, Data Consulta – E. S. de Morais LTDA ME, é alvo de investigação por conta de uma pesquisa “encomendada” pelo PSDB no município de Pilar.
Além disso, segundo o médico, a pesquisa de Penedo foi contratada por Francismar Torres Cavalcanti, que é assessor do deputado Bruno Toledo (PSDB), que, por sua vez, é sobrinho do esposo da candidata a prefeita Ivana Toledo (PP).
“Sabendo a fonte, já podemos afirmar para quem penderá o resultado, caso seja realmente publicado. Repudiamos veementemente, qualquer tentativa de fraudar o processo eleitoral democrático, através de estratégias obscuras, com o único intuito de mascarar a verdade. Tomaremos outras medidas cabíveis para resguardar os eleitores de Penedo de quaisquer informações falsas e mentirosas, priorizando sempre a verdade dos fatos”, escreveu o candidato em uma postagem feita no Facebook.
Em Cajueiro, o candidato Palmery Neto (PMDB) também usou as redes sociais para falar sobre a pesquisa contratada pelo assessor político Francismar Torres.
Segundo o candidato, a Justiça Eleitoral local barrou a realização e posterior divulgação da pesquisa no município por conta das denúncias de irregularidades. “A coligação do desespero preparava sua última tentativa de iludir o eleitor com uma pesquisa fraudada. Mesmo registrada no TSE foi fácil desmascarar a farsa. Além do contratante ser funcionário do deputado Bruno Toledo, a empresa, de fachada, é um bar na cidade de Novo Lino. Não bastasse isso, a mesma empresa já responde a processos por fraude em outros municípios. Ora, se o palanque do desespero está tão certo que ganha a eleição, porque fraudar pesquisa?”, declarou o candidato.
Deraldo Francisco, do periódico “O Dia Palmeira” por telefone esclareceu que não é dono do jornal citado e apenas editor.
Procurados pela reportagem, os outros citados na matéria estavam com celulares desligados ou temporariamente fora de serviço.
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