Samba, choro, rock’n roll, blues, balada, Sérgio Sampaio era eclético. Na poética de suas composições, se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava. No Aplauso desta semana, os fãs vão revisitar a trajetória curta e contundente do autor de “Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua”. Lembrando que o programa vai ao ar sábado (5), às 14h, na Difusora; e domingo (6), na Educativa FM, às 10h. 

Filho de Raul Gonçalves Sampaio, dono de uma tamancaria e maestro de banda, e de Maria de Lourdes Moraes, professora primária, Sérgio Moraes Sampaio recebeu do pai as primeiras influências musicais, tendo curtido na adolescência grande paixão pelo repertório seresteiro de Orlando Silva, Sílvio Caldas e Nelson Gonçalves. É de autoria do seu pai a canção “Cala a boca, Zebedeu”, que veio a gravar mais tarde.

O capixaba fez sucesso nos anos 70 como compositor da marcha “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, grande sucesso do sétimo Festival Internacional da Canção, em 1972, e que virou hino, grito de desabafo. A composição serviu também como título do livro “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua – A Biografia de Sérgio Sampaio, de autoria do violonista e pesquisador musical carioca Rodrigo Moreira, publicado pela Editora Muiraquitã. 

“Reputo Sérgio Sampaio um dos grandes compositores de nossa recente música, indubitavelmente um artista único, melodista, poeta e intérprete de qualidades raras e grandes tiradas, de originalidade e talento que sobressaem a cada nova audição, cada canção registrada, cada nova composição gravada”, escreve o autor, no prefácio da publicação.