Dentro de campo, Geyse da Silva, a Pretinha, é agressiva. Ela corre, marca, e não dá chance para as adversárias, mas quando deixa o campo, a alagoana volta a ser a mesma menina meiga e tímida que deixou Maragogi, Litoral Norte de Alagoas. Embora tenha uma boa relação com as outras jogadoras da seleção brasileira, Pretinha sente que ainda precisa driblar a timidez. 

– Eu sou mais séria, gosto de ficar mais no meu canto. Eu já melhorei, quando cheguei na seleção era mais bicho do mato. Mas dentro de campo é diferente. Peço para as meninas jogarem a bola para mim, porque eu jogo em velocidade e tenho boa arrancada – disse, em entrevista ao site oficial da CBF.

Titular na seleção brasileira sub-20, Geyse está defendendo o Brasil na Copa do Mundo de futebol feminino, realizada na Papua-Nova Guiné. Na estreia do Brasil no Mundial, contra as donas da casa, a atacante marcou um gol. Suas jogadas ofensivas e dribles têm chamado a atenção, e ela já é considerada um dos destaques do time canarinho. A inspiração para jogadas tão plásticas vem da alagoana Marta, eleita pela Fifa cinco vezes a melhor jogadora do mundo. 

– Muitas pessoas falam que se eu batalhar muito eu posso ter a história da Marta. Eu fico na minha e tento colocar o meu trabalho em prática. Eu me inspiro muito nela e na Formiga. Elas passaram por muitas dificuldades até chegar onde elas estão hoje, porque naquela época tinha muito mais preconceito que hoje – disse a atacante.

Na quinta-feira, Geyse estará novamente em campo. Classificado para as quartas de final da Copa do Mundo, o Brasil enfrenta o Japão, às 7h30 (horário de Brasília).