Política
Cristovam critica políticos por condutas que minam a credibilidade
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) criticou o comportamento dos políticos ao manter condutas que levam ao descrédito perante a população. Em pronunciamento no Plenário nesta sexta-feira (10), ele citou a forma como o próprio Senado compôs a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), no momento em que o colegiado se prepara para sabatinar Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF).
Cristovam se referia à designação, para a CCJ, de parlamentares contra os quais não há investigação em andamento, mas que são citados em fatos que deverão passar pelo crivo da Suprema Corte. Para o senador, considerando que o próximo ministro do STF participará de julgamentos envolvendo políticos, fica configurada uma situação de descrédito perante a sociedade.
O senador também avaliou que, mesmo com alguns acertos, como a Lei do Teto de Gastos e a reforma do ensino médio, o presidente Michel Temer vem praticando atos que levam ao descrédito. Isso acontece, como assinalou, quando a maior tarefa dele deveria ser “passar credibilidade” na Presidência e servir de espelho para os políticos.
– O comportamento político [de Temer] não está passando credibilidade. Está passando a ideia da mesmice contra a qual o povo foi para a rua. A mesmice que foi um dos ingredientes que levou ao impeachment da presidente Dilma – afirmou.
Segundo Cristovam, o descontentamento em relação aos políticos foi bem traduzido por dois policiais militares com os quais conversou ao visitar uma das cidades do Distrito Federal. Deles, ouviu o alerta de que o movimento dos policiais no Espírito Santo seria um “sinal” do que pode acontecer em todo país. A principal insatisfação seria com a previsão do fim da aposentadoria especial para a categoria, como parte da reforma da Previdência.
O senador contou ter dito aos policiais que a aposentadoria especial para a categoria, mesmo justa, pode representar sacrifício para outros trabalhadores, que seriam obrigados a trabalhar mais tempo. Em resposta, disse ter ouvido a cobrança para que privilégios dos políticos também sejam cortados, desde os “altos” salários às verbas de representação. Para o senador, a classe política precisa de fato “ter moral” para impor sacrifícios à sociedade, no momento em que a “aritmética” da responsabilidade fiscal exige.
– Eu gostaria de ver esta Casa discutindo onde a gente toca na carne da gente antes de querer rasgar a carne dos outros, em uma operação em que vai ser necessária rasgar carnes. Mas comecemos por nós – cobrou.
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