Variedades

‘Não é meu papel ensinar alguma coisa’

14/03/2018

Entrevista com Joaquin Phoenix, ator

O filme contrapõe a visão de que uma revolução vai trazer à Terra o reino do céu e a de que o reino do céu está em cada um. Acredita em qual versão?

Na última. Muitas vezes, nas práticas religiosas ou espirituais, colocamos o esforço no lugar errado. O que vai acontecer no futuro, a ideia de ir para o céu ou encontrar iluminação. Vou me retirar por 5 anos, meditar e só depois serei iluminado. A verdade é que a cada momento de cada dia se tem a oportunidade. Ser iluminado é estar disposto a trabalhar na sua vida e tentar ser a pessoa mais amável e atenciosa possível. Não se trata de ficar zen e daí você consegue flutuar.

Como ator, você é capaz de atingir milhões de pessoas. É algo poderoso poder compartilhar esperança com o mundo. O que pensa disso?

Às vezes, quero dizer algo para as pessoas, mas outras é apenas uma jornada pessoal para mim. Eu não gosto muito dos filmes que ficam pregando sua mensagem. Normalmente, sigo minha inspiração e escolho algo que me emociona, esperando que outras pessoas também sejam afetadas. Mas não estou na posição de dizer a ninguém como viver sua vida. Não é meu papel ensinar nada. Mas tenho essas experiências, coisas que me interessam, e espero que elas inspirem outros a ver de maneira diferente algo que achavam saber ou conhecer.

Então, não tem a intenção de ser um profeta como aquele que interpreta no filme?

Pô, claro que não! (brinca, fingindo benzer).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor: Mariane Morisawa, especial para a AE
Copyright © 2018 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.