Variedades
Cecily Brown traz abstrações ‘realistas’ pela primeira vez
Pela primeira vez, a britânica Cecily Brown traz obras para o Brasil. Com Se o Paraíso Fosse Assim Tão Bom, a pintora é tema de exposição no Instituto Tomie Ohtake, em simultâneo à mostra de Paulo Pasta, com curadoria de Paulo Miyada, entre 22 de março e 27 de maio.
Em sua primeira visita ao País, Brown demonstra empolgação. De forma bastante informal, ajudava Miyada na instalação da mostra, pouco antes de conceder entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “É a parte mais divertida. No estúdio não dá para ver direito”, explica. “É quando descubro o que fiz, entendo melhor.”
Brown foi revelada nos anos 1990, depois de se mudar de Londres para Nova York na busca por viver de arte. “Sempre me disseram para ter um plano B, mas nunca tive.” Filha de um crítico de arte, ela demorou, porém, para entrar nesse mundo. “As pessoas acham que cresci com a arte, mas meu pai não era casado com minha mãe, só fui ter uma relação com ele depois.” Quando chegou a Nova York, ela admite que teve ajuda dele. “Não foi justo, tive ajuda. Mas ele sempre me diz que abriu uma porta, mas foi meu trabalho que me fez passar por ela.” Por isso, a pintora afirma ter trabalhado ainda mais arduamente para se provar.
Fã de pintura clássica, a artista começou com trabalhos eróticos gráficos. “Ficava frustrada, as pessoas olhavam e entendiam de primeira.” Para prender a atenção do público, enveredou por um caminho mais abstrato. Figuras humanas e animais parecem se formar e depois desaparecer. “É quase psicodélico. É meu tipo de realismo, nada é fixo.”
As pinturas selecionadas para a mostram trazem ideias de paraíso. “Uma delas foi minha última antes de Trump”, revela. “É o pior período que já vivi. Estou envergonhada agora de morar na América, mas não que a Inglaterra esteja muito melhor.” Insatisfeita com o rumo dos EUA de Trump, Brown trabalha em um projeto para incentivar jovens a ir às urnas. “Todos nós, artistas, precisamos ser ativistas. Não precisa ser no seu trabalho, não faço nada político, mas exercito na minha vida.”
Feminista, a pintora apoia também os atuais movimentos contra assédio sexual. “Estou em choque com a extensão. Mesmo no mundo da arte, mais sensível, se descobrem essas histórias.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Pedro Rocha, especial para O Estado
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