Variedades
Bete Coelho volta com ‘Terceiro Sinal’, sobre o teatro Oficina
Quando o monólogo Terceiro Sinal estreou, a atriz Bete Coelho interpretava um personagem três vezes jornalista. O texto escrito por Otavio Frias Filho relata sua vivência como “ator por um dia” no papel do repórter investigativo Caveirinha da peça Boca de Ouro, escrita pelo também jornalista Nelson Rodrigues e montada em 2001 no Teatro Oficina. Nesta sexta, 23, a atriz estreia a peça no seu lugar ideal: o próprio Oficina. “Na primeira vez, apresentamos no palco italiano, que não tem ligação direta com o ambiente cênico do Oficina. Agora tudo muda”, diz.
O texto integra um conjunto de “ensaios de risco” que compõe o livro Queda Livre e descreve experiências inusitadas vividas por Filho, como pular de paraquedas e entrar em um submarino. “A ideia do Zé foi que, como ele já era dramaturgo, seria interessante interpretar um personagem, viver o outro lado da criação”, diz Bete. Recheada de metalinguagem, foi o que aconteceu. A atriz conta que ficou surpresa com o texto e decidiu levá-lo ao palco. “Trata-se de descrições muito apropriadas sobre o que se passa na cabeça de um ator quando ele está em cena.” Ela diz que os mestres da interpretação dão conta do que é construir um papel e interpretá-lo, no entanto, o texto de Filho recupera questões humanas que atravessam a vida do profissional. “Nós atores sabemos os caminhos para compor uma figura e os esforços necessários, a partir de pensadores como Stanislavski. O que Otavio faz é decodificar o ofício e demonstrar como essa magia pode acontecer. É a superação do tempo e dessa vida doméstica.”
Na peça, o jornalista narra o que se passa em sua cabeça, a reação da plateia e a relação da peça com o teatro construído por Lina Bo Bardi. “Ele fala dos ensaios, de como a mente divaga enquanto o espetáculo acontece e do desespero de se esquecer o texto”, afirma a atriz.
Para o diretor Ricardo Bittencourt, que juntos formam a companhia BR 116, a peça ser apresentada no próprio Oficina recupera uma parte importante de história do teatro de Zé Celso. “Quando fizemos em um teatro comum, em palco italiano, as ações eram mais declamadas, então perdia-se um pouco da dimensão. Dessa vez conseguimos criar algumas cenas da peça já que o “cenário” está todo ali, disponível para nós e para o público.”
A atriz que já esteve na pista do Oficina em peças como Cacilda, diz que o local precisa ser mantido e fez um apelo contra a longa disputa em torno do teatro de Zé Celso e o terreno do Grupo Silvio Santos. “É um lugar em que me sinto à vontade. O Oficina tem importância histórica, cultural e arquitetônica e precisa ser preservado. Silvio, não custa nada para você dar esse presente.”
TERCEIRO SINAL
Teatro Oficina. Rua Jaceguai, 520. Tel.: 3104-0678. 6ª, sáb., 21h, dom. 19h. R$ 40 / R$ 20.
Estreia nesta sexta-feira, 23. Até 20/5.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Leandro Nunes
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