Política
‘Há uma falta de sensibilidade social crônica neste governo’, diz Haddad
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmou nesta quarta-feira, 30, que falta ao governo federal “pensar na parte mais fraca” da população. Ao discorrer sobre temas como a reforma trabalhista aprovada pelo presidente Michel Temer, Haddad afirmou que o governo se sustenta por “interesses” alheios às parcelas mais carentes da sociedade.
“Há uma falta de sensibilidade social crônica nesse governo. E é isso o que gera toda essa insatisfação que estamos vendo”, disse Haddad, que participou de uma conferência organizada pela GO Associados.
Escalado para integrar a coordenação da campanha petista ao Planalto, o ex-prefeito paulistano é apontado como uma das principais alternativas para substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chapa. Enquanto se revezava entre promessas eleitorais e críticas ao governo Michel Temer, o petista empenhou-se em reforçar que estava falando “na condição de coordenador do programa de governo do PT”.
Questionado se acredita que Temer chegará ao fim do mandato, Haddad engatou: “Depois do que aconteceu com a JBS no ano passado esse governo não caiu, vai cair agora a três meses da eleição? Calendário é muito importante. O que desejamos é que tenhamos eleições livres em outubro, para que as pessoas possam escolher um novo presidente da República”.
“Mas é curioso: por que é um governo que não cai, com 5% de aprovação, com tudo o que está acontecendo? Porque ele não se apoia nas próprias pernas”, disse o ex-prefeito. “O governo está pendurado em outros interesses.”
Intervenção
Haddad aproveitou para criticar o discurso de setores da sociedade em favor de uma intervenção militar. Segundo ele, falta a essa parcela da população compreender o impacto que uma medida nesse sentido teria na economia brasileira.
“Para esse pessoal aí que está pedindo intervenção militar: a primeira coisa que vai acontecer é os investidores fugirem no Brasil. Todo mundo foge disso”, afirmou Haddad.
Eletrobras
Questionado sobre como avalia propostas como a privatização da Eletrobras, Haddad foi incisivo em se posicionar contrariamente à medida. De acordo com ele, não se pode tratar o setor de energia da mesma forma como se tratou no passado segmentos como a oferta de telefonia.
“Não é a mesma coisa que telefonia. Esta é uma empresa altamente estratégica. Precisa corrigir, sim. Tudo precisa corrigir. Você precisa seguir avançando. Mas não vamos privatizar.”
Autor: Clarissa Oliveira, especial para AE
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