Variedades
Fetiche, underground, terror e ruas embalam moda da À La Garçonne
Ao som de hits góticos, como Bela Gugosis Dead, do Bauhaus, e Temple of Love e Walkaway, do Sisters of Mercy, a À La Garçonne desfilou na manhã desta segunda, 13, no Masp, sua coleção 02-2018. Fetiche, cultura underground, streetwear e luxo se misturam na passarela.
É uma coleção noturna, que tem como principal fio condutor elementos de underwear desdobrados de diversas maneiras: das formas mais simples do começo do desfile, como um look de legging branca canelada usada sob um camisão preto, até construções mais sofisticadas, como tops e vestidos esvoaçantes, longos e curtos, de tule, mostrados de um jeito despretensioso, combinados a um blazer ou uma parka-bomber, por exemplo.
Junte a isso aplicações de transparências (em camisetas de renda ou de algodão com recortes geométricos, em bermudas e shorts que deixavam o derrière à mostra), mais tops-corset e corsets de couro, atracadores e arreios (harness), como um feito em metal, e o fetiche está no ar nessa temporada da grife de Fábio Souza, que tem Alexandre Herchcovitch como estilista e diretor de novos negócios.
Na segunda coleção da À La Garçonne de 2018, entram em cena ainda referências tribos da noite, como ravers e clubbers num Smile desfigurado, com o sorriso derretendo, nas peças esportivas e nos pontos de cores vibrantes (pink e verde-limão) em meio ao preto e branco predominantes da cartela. E também a darks, góticos e punks também, especialmente na austeridade dos looks, nas peças puídas e destruídas com rasgos e detalhes queimados, na aplicação dos muitos metais, correntes e zíperes usados tanto de maneira funcional quanto decorativa, nos colares com múltiplos pingentes de esqueleto e nas Melissas com solas pesadonas…
O elenco de modelos e não-modelos escalado para a apresentação, com meninas e meninos de atitudes, personalidade e corpos que desafiam padrões de gênero e de beleza, arrematam esse mood subversivo e conferem verdade a esse conjunto de referências.
Muito legal também a estamparia com personagens e cults de terror vintage, como a Múmia, Frankenstein e O Monstro da Lagoa Negra (o filme que inspirou A Forma da Água), um momento mais pop das camisetas e moletons do desfile, que já nascem com vocação para blockbuster dessa estação.
Autor: Sergio Amaral
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