Política
Por 2º turno, PT e PSL já cortejam Meirelles

Sem conseguir crescer nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles, está sendo sondado por emissários do petista Fernando Haddad e de Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL, que reivindicam seu apoio em um eventual segundo turno da disputa.
“De fato, tanto eles como interlocutores da frente centrista nos procuraram”, disse Meirelles, em uma referência à fracassada iniciativa do jurista Miguel Reale Jr., que tentou organizar reunião nesta semana para discutir a formação de uma única candidatura de centro para enfrentar o que ele chamou de “extremos”.
“A minha resposta a todos é a seguinte: acho muito prematuro tudo isso. A eleição está em aberto, há grande número de indecisos e eu estou fazendo campanha para entrar no segundo turno. Não cogito de apoiar ninguém”, disse o ex-ministro.
Na mais recente pesquisa divulgada pelo Ibope, Meirelles aparece com apenas 2% das intenções de voto, empatado com Alvaro Dias (Podemos), e bem longe dos líderes.
No debate entre presidenciáveis promovido, na quarta-feira, 26, pelo SBT, UOL e pelo jornal “Folha de S.Paulo”, Haddad fez afagos na direção de Meirelles, deixando clara a intenção de conquistar a adesão do ex-ministro da Fazenda para sua campanha. O petista disse que, graças ao apoio do então presidente do Banco Central no governo Lula, pôde “abrir as portas da universidade aos trabalhadores”. Na época, Haddad era ministro da Educação.
Até agora, no entanto, Meirelles afirma não ter aceitado qualquer acordo. “O programa de governo do PT, que o Haddad adotou, é o mesmo da Dilma (Dilma Rousseff, presidente cassada), e sou radicalmente contra”, afirmou o candidato do MDB.
‘Natural’
Petistas tratam como “natural” a possibilidade de Haddad abrir canais de diálogo com nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, amigo pessoal do candidato, e também com Meirelles, colega de Esplanada no governo Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Lava Jato. Eles garantem, no entanto, que estas conversas ainda não aconteceram.
Oficialmente, o PT deve procurar apenas os partidos de centro esquerda como o PDT, do presidenciável Ciro Gomes, e a totalidade do PSB. Meirelles será procurado como “pessoa física”, e não por meio do MDB. Marina Silva, candidata da Rede à Presidência, também deve ser procurada. Em todos os casos, oficialmente, as conversas devem acontecer só depois do primeiro turno.
Petistas avaliam que iniciativas suprapartidárias como o movimento #elenão, encabeçado por mulheres, e o Democracia Sim, que reúne personalidades de diversos segmentos da sociedade alinhadas a diversas candidaturas, poderiam ser vetores para o surgimento espontâneo de uma frente contra Bolsonaro e, consequentemente, pró-Haddad.
“O segundo turno vai ser muito plebiscitário, a democracia contra o fascismo, e não um debate programático”, disse Renato Simões, um dos coordenadores do programa de governo petista.
O partido tem posições diferentes sobre como se relacionar com estes movimentos. Algumas lideranças acham que o partido deve estabelecer relações formais. Outras avaliam que a vinculação com partidos e a candidatura de Haddad pode enfraquecer estas iniciativas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Vera Rosa e Ricardo Galhardo
Copyright © 2018 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Vice-prefeita Sheila Duarte denuncia ameaças e pede proteção policial
-
2FUTEBOL
Zubeldía intensifica treinos e reforça fundamentos para fazer o São Paulo reagir no Paulista
-
3CARNAVAL 2025
Botafogo Samba Clube estreia na Sapucaí abrindo desfiles da Série Ouro
-
4CERIMÔNIA
Em Itaguaí, Lula afirma ter ouvido de médicos que está com 'saúde de 30 e vontade política de 20'
-
5TELEVISÃO
Bruno Mazzeo diz que Chico Anysio não deixou herança e lembra fase pegador: 'Parecendo um playboy'