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Murilo Melo filho, o Coleguinha
Durante todos os anos em que trabalhou na revista “Manchete”, Murilo Melo Filho foi o maior repórter político do país. Os seus comentários, que começaram no programa “Congresso em Foco”, na TV Rio, se desdobraram e notabilizaram. Ele foi um homem de caráter primoroso que eu tive o privilégio de saudar, na merecida entrada na Academia Brasileira de Letras, onde passou a ocupar com brilho e muita dedicação a cadeira de número 20.
Murilo e Norma viveram anos muito felizes, em companhia dos filhos Nelson, Fátima e Sérgio. Ele sempre demonstrou extrema fidelidade às suas origens nordestinas, particularmente com um amor muito grande pela cidade de Natal (Rio Grande do Norte).
Quando enveredou pela literatura, tive o privilégio de lhe sugerir a elaboração do livro “O Desafio Brasileiro” (Bloch Editores), que foi um grande sucesso, com inúmeras edições. Com a facilidade de ter sido um exímio datilógrafo, formado na Marinha do Brasil, já no Rio de Janeiro, Murilo escrevia com extrema velocidade, e assim surgiram vários outros livros de sua autoria. Todos com muito êxito, dada a cristalinidade do seu estilo inconfundível.
Lembro-me das vezes sem conta em que Murilo foi mandado a Brasília, para fazer a cobertura dos seus movimentos iniciais. Tornou-se, depois, íntimo do presidente JK, inclusive depois da sua cassação, quando Adolpho Bloch cedeu uma sala no Edifício Manchete para que o ex-presidente tivesse um espaço condigno de trabalho. Nos aniversários de Brasília, a única exigência do Bloch era que o texto fosse elaborado pelo seu homem de confiança, Murilo Melo Filho.
De temperamento afável, simples, sempre muito simpático, Murilo fez escola na ABL, onde, praticamente em todas as sessões, lia um texto precioso para os anais da Casa de Machado de Assis. Deixou um extraordinário legado, daí as homenagens que lhe prestam todos os que tiveram a honra e o privilégio do seu convívio. Eram por ele chamados de “coleguinhas”. Em 1964, estivemos juntos em Lisboa, para o casamento da Márcia Kubitscheck. É uma saudade difícil de expressar em palavras.
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