Murilo Mendes (1901/1975) no seu poema espiritualista escrevera: “ Eu me sinto um fragmento de Deus/ Como sou um resto de raiz/ Um pouco da água dos mares/ O braço desgarrado de uma constelação”. Que assim compreendo, está à altura dos desígnios da vontade Divina.

Escrevo esta crônica, com os olhos lacrimejando, querendo chorar feito menino-homem. E, a faço recheada de emoções vividas durante 51 anos de vida em comum. Pois bem, no fatídico dia 01 de fevereiro de 2021, um infarto no miocárdio levou a Mestra Aurilene Morais da Veiga. Natural de Marechal Deodoro, culta nos meios acadêmicos e profissionais. Aliás, faria 72 anos no dia 03 de agosto do fluente ano se ainda estivesse conosco. Infelizmente, partiu sem se despedir de mim.

Exímia Professora de Inglês no Cesmac (concursada). Depois submeteu-se a um certame público, sendo aprovada na Rede Estadual onde se aposentou decentemente. No ano de 2018, a convite de nosso inolvidável filhão – Jornalista Francis Lawrence (in memoriam) – visitamos Roma, Vaticano Alemanha, Bélgica, Holanda, Paris, Itália, Portugal, dentre tantos outros países. Falou fluentemente a língua de Victor Hugo, durante o tour europeu.

Fui seu primeiro namorado, testemunhado pelos compadres John-Rosinha Abs, que compareceram ao Parque das Flores levando a solidariedade humana. Na qualidade de espírita convicta, sua colega Fafá, fez uma bonita prece em seu louvor.

Alguns discursos foram pronunciados no local. Eu, na qualidade de esposo cheio de falhas, beijei sua testa como sinal de que jamais esquecerei, balbuciei umas palavras sentimentais. As amadas filhas Professora da Seune/Fama Vanessa Pollyana (a primogênita), Advogada/administrativa Vanissa Veiga compareceram à solenidade. E, por extensão, os netos adolescentes Hugo Daniel e Kennedy Veiga.

“Se por um lado a saudade dilacera-nos a alma, fazendo-nos verter lágrimas sentidas, por outro aspecto representa uma prova inequívoca de que os que se foram continuam sendo importantes para nós. Assim, abençoada seja a saudade que aproxima de nosso coração, pela lembrança constante, aqueles que amaremos para sempre, apesar do tempo e do espaço”.

À Mestra Aurilene foi, sem dúvida alguma, meu grande amor aqui neste mundo terráqueo. Excelente mãe, dedicada esposa, extremada avó que se dedicou aos descendentes com amor d’alma. Ainda vivo para você e tanto que esqueci de mim, te darei amor até o fim.