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Jornalismo livre e crítico

Os jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2021 por seus esforços para defender a liberdade de expressão.
A Academia Real das Ciências da Suécia anunciou que ambos foram premiados pelos esforços para defender a liberdade de expressão e de informação, “pré-requisitos essenciais para a democracia e a paz duradoura”, conforme afirmou o comitê sueco.
Segundo a Ong “Repórteres Sem Fronteiras”, o livre exercício do jornalismo é cerceado total ou parcialmente em 73% dos 180 países avaliados. No Brasil, por exemplo, todos conhecem a hostilidade do governo à imprensa, assim como a pressão sobre anunciantes e a promoção de notícias falsas.
Num momento de ascensão de autoritarismo em diversas partes do mundo, onde a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas, o Prêmio Nobel da Paz, este ano, pode ser entendido como um ato a favor de um jornalismo livre, crítico e baseado em fatos.
Os dois jornalistas ajudaram a fundar veículos de comunicação independentes em seus países e vão dividir o prêmio. Ambos vêm enfrentando não só repressão, como violências.
Dmitry Muratov é um dos fundadores de um jornal russo, o “Novaya Gazeta” (novayagazeta.ru),que já teve seis jornalistas assassinados, desde que foi lançado, em 1993. Editor-chefe da publicação desde 1995, apesar das mortes e ameaças, recusou-se a abandonar a política independente do jornal.
Coragem é também um atributo que não falta à filipina Maria Ressa. Por meio do “Rappler”, empresa de mídia digital que ajudou a fundar, ela se notabilizou por revelar casos de corrupção envolvendo expoentes do governo do seu país. Foi, igualmente, uma voz pioneira a denunciar os abusos da guerra às drogas encampada pelo presidente filipino Rodrigo Duterte, que, nos últimos anos, deixou mais de 12 mil mortos. As consequências que a jornalista amargou por seu trabalho não foram poucas. Em 2019, Ressa foi presa sob acusação de violar uma controversa legislação contra “difamação cibernética”. Atualmente, está proibida de deixar as Filipinas.
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