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Poemas de Ricardo Reis
Transmudo-me à Lisboa para falar de Ricardo Reis: “Vive sem horas. Quanto mede pesa/ E quanto pensas mede/ Num fluído incerto nexo, como o rio/ Cujas ondas são ele/ Assim teus dias vê, e se te vires / Passar, como a outrem, cala”.
Ricardo Reis, faz parte do pensamento greco-romano, possui clareza, o equilíbrio, as boas formas de viver, o prazer, a serenidade. Usa o epicurismo (baseado no prazer como bem maior), além do estoicismo, que prega a rigidez e a possibilidade diante do sofrimento.
Já dizia Fernando Pessoa (1888 -1935) que, o poeta é um fingidor, fingindo tão completamente, que chega a fingir que é dor, o que deveras sente. Fernando Pessoa. Aliás, sua obra ultrapassou o Atlântico até chegar no Brasil sem fingimento. Irradiando em Ricardo Reis, que nos fez sentir sua grandeza através de seus heterônimos feito Álvaro Campos- Ricardo Reis.
Foi imaginado pelo poeta em 1913, para dar voz aos poemas de índole pagã. O autor nasceu em 19 de setembro de 1887 no Porto. Recebeu educação rígida em colégio de Jesuítas, tornando-se um latinista por educação e um semi-helenista por educação própria. Formou-se em medicina e, em 1919, expatriou-se no Brasil para fugir do regime republicano português.
Ei-lo versejando: Vossa formosa juventude Ieda/ Vossa felicidade pensativa/ Vosso modo de olhar a quem vos olha/ Vosso não conhecer-vos/ Tudo quanto vós sois/ Que semelha/ À vida universal que vos esquece/ Dá carinho de amor a quem vos ama/ Por serdes não lembrado/ Quanta igual mocidade a eterna praia/ De Cronos, pai injusto da justiça/ Ondas, quebrou, deixando à só memória/ Um branco som de ‘ spuma”.
Em 2018, visitei Lisboa e, de repente, dei com o bar que Fernando Pessoa bebericava. Lá estava sua estátua. Pedi ao meu inesquecível filhão Francis Lawrence (In memoriam) que registrasse àquele momento. Guardo suas lembranças que são tantas e, ao mesmo tempo, a foto que se tornou talismã.
Dele reflito seus pensamentos como forma de mensurar seu cabedal poético: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. E ainda, “Todo cais é uma saudade de pedra”. Lavei meus pés no Tejo a fim de trazer para Maceió lembranças imorredoras.
Notadamente, considero Portugal como minha segunda pátria. Isto é, a cultura herdada me faz lembrar de meu saudoso trisavô português Lourenço Ferreira de Melo Sucupira da Veiga, o desbravador. Aportou no Vale do Parayba em 1838; a fim de criar o então núcleo de povoamento, hoje, transformado no bucólico município de Paulo Jacinto, terra que me viu nascer.
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