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Bloco da Nega Fulô
Hoje, domingo, 27 de fevereiro, completo 82 anos. Quando mais jovem pensava que um homem de 70 anos, estava apenas esperando a morte chegar. O corpo já não é o mesmo, artrite, cansaço, às vezes quero fazer alguma coisa, mas o corpo não acompanha. Nem por isso fico numa poltrona apenas vendo televisão. Nessa época de pandemia, sem sair de casa tenho um roteiro, até contra a depressão. Só saio de casa quando é extremamente necessário. Dentro de meu roteiro, cuido do meu corpo, duas vezes por semana vou à fisioterapia. E vou levando a vida como todo o mundo.
Hoje domingo de carnaval estaria saído com o Bloco da Nêga Fulô homenageando Miss Paripueira grande personagem de Maceió. Fico a relembrar o carnaval de outrora nas ruas de Maceió de minha mocidade quando a Maratona Carnavalesca iniciava 15 dias do Carnaval na Rua do Comércio. Toda noite em cada esquina havia um palanque com uma banda de música tocando frevos e marchinhas e o povo embaixo dançando, pulando enquanto os carros, jipes e camionetes rodavam fazendo o corso, desfile de carros abertos. Eu e os meninos da Avenida da Paz subíamos ao Centro da cidade em busca de folia e aventuras.
No início do ano havia as festas pré-carnavalescas nos clubes: Baile de Máscaras, Festa do Havaí, Preto e Branco, entre outras. Época de férias, muito namoros, muita alegria.
O Carnaval é a maior manifestação cultural espontânea do povo brasileiro. No Carnaval o homem, o menino, o velho, a moça, o rico, o pobre, expelem sua tristeza pelo menos durante quatro dias. E tem mais Carnaval é um grande negócio, é a síntese da Economia Criativa, durante o carnaval quem mais ganha são os pequenos comerciantes: ambulantes, músicos, taxistas, pousadas, hotéis, costureiras, montadoras, etc…
Em Maceió, há poucos anos um prefeito acabou o carnaval de rua para não perturbar os turistas. Eu jamais aceitei essa ideia esdrúxula. A cidade ficou com mais de 15 anos sem carnaval de rua. Um amigo, economista, fez os cálculos: Viajam saindo de Maceió durante o carnaval 200.000 habitantes em busca da folia nas outras cidades e estados. Se cada folião gastar apenas R$ 500,00 durante o Carnaval; serão mais de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais) que deixam de circular em Maceió durante o carnaval. Um pecado contra a cidade. Escrevi artigos, fui aos rádios, às televisões; até que em 2016, solitariamente criei o Bloco da Nêga Fulô que sozinho desfilou no domingo de carnaval. Em 2017, já aumentou com mais dois blocos o Mamãe eu Quero e o Siri Mole, cada carnaval foi crescendo. Em 2020 fizemos um carnaval na Orla da Ponta Verde durante os quatro dias de carnaval com 34 blocos. Pena que logo depois veio a pandemia. Agora vamos esperar por dias melhores que certamente virão. Quero em 2023 desfilar na orla no domingo de carnaval com 83 anos no costado.
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