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Assim era Guedes de Miranda
Diria melhor – o velho e querido mestre Antônio Guedes de Miranda, visto pelo moço Laurentino Rocha da Veiga, um rapaz vindo do município de Paulo Jacinto, cheio de idealismo. É o que o leitor vai sentir ao ler estas páginas escritas por Laurentino Veiga. Jovem e venturoso escritor pega seu escafrandro e desce ao fundo do mar helênico em que viveu o seu biografado – Paulo de Castro Silveira fazendo a apresentação do livro resultante de um concurso literário.
Diga-se, de passagem, aportei na bela Maceió no início da década de sessenta, impossibilitando-me de conhecer o maior jurista à época: Guedes de Miranda. Fundador da Academia Alagoana de Letra (1919). Nas suas múltiplas atividades destacou-se como professor de Direito, jornalista e escritor propriamente dito.
Nesta obra, em sua página nove, observa-se uma foto de Guedes de Miranda fiscalizando uma obra pública durante sua intervenção à frente do Estado de Alagoas. Afora isso, acostei uma bibliografia: História do Lyceu Alagoano (Abelardo Duarte), Eu e o Tempo (Guedes de Miranda), Alagoanos Ilustres (Augusto Vaz filho), Jornal de Alagoas, (na pág .8, Arnaldo Jambo), Paulo de Castro Silveira (Jornal de Alagoas, 20.04.1975), Félix Lima Júnior – Episódios da História de Alagoas (Gazeta de Alagoas, de 27.08.71), Luís de Camões (Os Lusíadas, pág. 81, Edição de 1846), Professor José Flanklin Casado de Lima (informações verbais), Professor José Cavalcante Cajueiro (informações verbais), Prof. JOÃO Teixeira Cavalcante (informações verbais).
Paulo de Castro Silveira, cronista de escol da Gazeta de Alagoas, escrevera com muita propriedade: Homenagear, bajular os que estão vivos, os poderosos, é fácil. Grande, imenso é fazer justiça aos mortos. E esta justiça, embora tarde, foi feita ao professor Guedes de Miranda, um morto em sepultura rasa num humilde cemitério de Porto Calvo, no Alto da Forca. Como dizia Marco Túlio Cícero, aquele Cícero tão citado pelo velho Guedes de Miranda: Justitia Ominum Est Domina Et Regina Virtuttum.
“O ENIGMA SOU EU. Fiz perguntas ao céu/ E o céu Não respondeu/ Fiz pergunta a terra / E resposta não meu deu/Fiz perguntas ao mar / E o mar emudeceu/ Fiz perguntas à vida/ O enigma sou eu”. Era Assim Guedes de Miranda. Foi assim Guedes de Miranda. Tão bom que deve, agora no Céu, está dialogando com outro doutor chamado de Paulo – o grande São Paulo – falando a respeito de suas PRÉDICAS, OU RECITANDO O Cântico dos Cânticos, do velho Salomão, que aqui na terra era seu livro de cabaceira. Descanse seu último sono no torrão que lhe viu nascer.
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