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Jader Tenório
“Se eu nascesse novamente / Nasceria aqui de novo / Para dizer ao meu povo / Eu estou aqui presente / não ser nunca diferente /do que já fui no passado / De novo dar meu recado / Pra essa turma seleta – Ser matuto e ser poeta /Viçosa, muito obrigado”. Versos de Jader Tenório, expondo sua veia poética, no recanto de sua amada Viçosa.
No prefácio do livro, poetas de canto a canto, vê-se o escritor viçosense Denis Melo, filho do saudoso Dr. José Maria de Melo, dissecado à altura do talento de Jader Tenório, seu colega de confraria. Reproduziu a cantoria entre Lourival Batista e Pinto do Monteiro: “Queria ver Lourival / Morto debaixo de um trem / Ou num beco pedindo esmola / Onde não passasse ninguém / E se passar, que seja um cego/ Pedindo esmola também”.
A bem da verdade, o autor fez uma pesquisa de fôlego retratando vates da estirpe de Zé da Luz, Zé Limeira, Chico Nunes, Patativa de Assaré, Ivanildo Vilanova, Otacílio Batista, Cego Aderaldo, e tantos outros repentistas que permeiam o Nordeste com a beleza intrínseca do cordel.
Diga-se, de passagem, Jader Tenório ex-funcionário emérito do Banco do Brasil, ex-presidente do extinto PRODUBAN, filho de Pedro Cassiano Tenório, herdou a veia poética de seus coestaduanos. Aliás, o imortal das Academia Brasileira de Letras José Sarney sentencia: “O vate nasce não pode ser feito”. O supracitado autor verseja animadamente: ” Sou poeta, matuto, sou vaqueiro / Temperado no clima do sertão / Porta-voz do nordeste brasileiro/ Andarilho, vagando sem Nação”.
Quando José Aprígio Vilela faleceu no dia 08 de agosto de 2005, ei-lo exaltando sua memória: “Rasgou-se a bandeira de nossa alegria / Secou o riacho do sonho e da paz / Apagou-se a tocha que nos conduzia / Ao Porto Seguro dos nossos canais/ Boa Sorte chora, Mata Verde se aquieta / Seresta soluça no grande sofrimento/ Choram a esposa, os filhos e a neta / Padecem os irmãos sem contentamento”.
Conheço-o há bastante tempo. Fidalgo no trato com às pessoas. Inteligente no falar e no prosar. E, principalmente, repentista de mão cheia. Foi provocado a confeccionar a obra-prima de sua memória privilegiada. Leva a vida na brisa dos acontecimentos. Faz valer sua verve poética exaltando sua Pátria Viçosa.
De quando em vez, encontrou-o andando na orla da Ponta Verde. Sempre rindo da vida que construiu com honestidade, ética, e, sobremaneira, a família edificada com amor, ternura e felicidade. Seu patrício escritor Sidney Wanderley disse: Recomendo a leitura do prefácio do grande e irrepreensível Denis Portela de Melo e dos versos da tríade viçosense composta por Jader Tenório, Efigênio de Moura e Zé Lúcio”. Reitero o que dissera o ilustre filho da Atenas de Alagoas.
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