Quando hoje acordei, ainda fazia escuro/ embora a manhã já estivesse avançada/ Chovia uma triste chuva de resignação/ como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite/ Bebi o café que eu mesmo preparei/ Depois, me deitei novamente/ Acendi um cigarro e fiquei pensando humildemente na vida. Manoel Bandeira.

Faz três anos, que perdi meu filhão Francis Lawrence Morais da Veiga para a Covid 19. Isto é, no trágico dia 19 de maio de 2020. Publicitário, jornalista, advogado e, naquele momento, exercia as funções de Gerente da Caixa Econômica Federal de Alagoas na próspera Arapiraca. A Superintendência da Caixa, colocou à disposição um helicóptero para levar seu corpo a São Paulo. Internou-se no Hospital Chama onde veio a falecer.

Minha filha primogênita Prof. Vanessa Pollyanna, acompanhou sua trajetória na Terra de Manoel André. De repente, recebi sua ligação: pai Francis voltou à Casa do Pai. Estou acompanhando seu corpo para ser sepultado no Parque das Flores. Lá, no Campo Santo esperávamos: sua querida genitora Aurilene Morais da Veiga, minha filha caçula Vanissa Paloma Morais da Veiga, os netos Hugo Daniel, Kennedy Veiga, compadres John-Rosinha Ab´s. Pouca gente em face da orientação sanitária.

À beira de sua cova, chorei feito menino-homem. Jamais imaginaria que um dia iria enterrar o único filho. Pedaço de mim, amor de minha vida. Contudo, olhei para o Céu pedindo ao Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, para receber sua bondosa alma nos umbrais da Eternidade. Dor, saudade de um homem público, probo, amante da Justiça, da Ética, e, sobretudo, de amor ao próximo. Elogiado pelos colegas de turmas, da própria Caixa, deixou marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar.

Após 8 meses de saudades, veio falecer também minha adorada esposa Aurilene Veiga. Vítima de um infarto do miocárdio. Dor dobrada, choro dobrado. Ela amou seu filho como ninguém. Chorava copiosamente sua perda. Nossa Senhora das Dores, Sua Madrinha, a chamou para se juntar ao filho querido. Ambos gozam das benesses celestiais. Estão os dois juntinhos consolando um ao outro.