Internacional
Modi diz a Lula que Índia e Brasil não são países neutros na guerra, mas "interessados na paz"
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Hiroshima, às margens da cúpula do G-7, que Índia e Brasil não são países neutros na guerra entre Rússia e Ucrânia, mas sim "interessados na manutenção da paz no mundo". Ao longo da conversa, promovida no hotel em que o petista está hospedado na cidade japonesa, Modi manifestou o interesse de trabalhar junto ao governo brasileiro na busca pela paz.
Na prática, contudo, Índia e Brasil tentam se equilibrar no conflito e se manifestam como neutros, sem endossar as sanções à Rússia. Além disso, Modi tem proximidade com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mais do que o próprio Lula. O líder da Índia já teve uma reunião bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski durante o G-7.
Já Lula não vai se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, por uma "incompatibilidade de agendas", segund os dois governos. Após pressão da comunidade internacional, a delegação brasileira chegou a negociar o encontro com a contraparte ucraniana, mas as tratativas não prosperaram.
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, reagiu com ironia ao ser questionado se ficou decepcionado por não ter conseguido se reunir com Lula em Hiroshima, onde aconteceu neste final de semana a cúpula do G-7. "Acho que ele Lula que ficou decepcionado", respondeu, rindo em seguida.
Ao longo do encontro bilateral, o premiê indiano felicitou Lula por sua volta ao poder e lembrou o crescimento da parceria entre Índia e Brasil nos primeiros governos petistas. Os dois países integram o BRICS, grupo que reúne, além deles, Rússia, Índia e África do Sul. Modi disse ter sentido uma "grande paixão" em Lula ao retomar relações bilaterais. A política externa é uma das prioridades do novo mandato do petista.
O G20 foi outra pauta do encontro entre Modi e Lula. Em 2024, a Índia vai passar a presidência do bloco para o Brasil. Os dois líderes consideram o G20 como altamente relevante para evitar conflitos mundiais e fomentar o crescimento econômico.
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