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Todos somos Vinícius Jr.
As sucessivas agressões verbais sofridas pelo jogador Vinícius Jr., na Espanha, incomodam também aqui no Brasil. Já são 10 fatos registrados, em que o atleta do Real Madrid é chamado de “macaco”, fato, aliás, que tem longa vida, na Espanha, pois vem desde os tempos do lateral Roberto Carlos, da nossa seleção, que era chamado de “Chimpanzé” por alguns torcedores.
Trata-se de um claro crime de ódio. Infelizmente, nunca foram tomadas as devidas providências para coibir o abuso. Sabe-se que 15% dos jovens espanhóis têm a propensão de serem racistas, o que é um número inconcebível. Não se trata só de fazer os clubes perderem os seus pontos nos jogos dessas ocorrências, mas uma boa medida, sem dúvida, seria avançar nos patrocinadores. O que dói no bolso certamente faria muito mais efeito.
Louve-se o comportamento do craque Vinicíus Jr. Ele foi muito elogiado na conferência do Ministro Sílvio Almeida na Academia Brasileira de Letras. Professor, advogado, filósofo, o ex-aluno da Universidade Mackenzie de São Paulo, com mestrado e doutorado na USP, o Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania não se furtou a comentar o que está acontecendo, clamando por medidas objetivas para atender a esse clamor universal. É de todo lado que surgem protestos.
Deseja-se afirmar que o futebol espanhol não é racista, mas na prática esse crime está sendo cometido de maneira crescente. É claro que aí existe também uma evidente deficiência dos meios de educação – e isso precisa ser corrigido.
Lembramos nossos tempos de estudante do Colégio Vera Cruz, na Tijuca, quando ganhamos o apelido de “Alemão”. Isso porque ficava muito vermelho quando corria, nos nossos jogos de futebol. E também porque era uma forma de “bullying”, que combatia chamando os seus autores para brigas na rua. Apanhava, mas também batia, como é natural que ocorresse nos meus verdejantes 10 ou 11 anos de vida. Chegava em casa marcado, mas com um sorriso de vitória.
O Ministro Sílvio Almeida nos disse que esse ódio racial está se generalizando na Europa. “É preciso reagir”, afirmou ele, muito aplaudido pelos imortais. “Agressores e conviventes devem ser chamados à responsabilidade, para que isso não se torne esse hábito.” – concluiu o elogiado Ministro.
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