Internacional
Após cúpula, Putin diz que países africanos 'não querem esmola'
Estratégia para expandir o poder de Moscou na África inclui de contratos de cooperação técnico-militar a fornecimento de armas e grãos gratuitamente

Em um balançao final após a cúpula Rússia-África, em São Petersburgo, neste sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que os países africanos têm "enorme potencial", e destacou que os chefes de Estado presentes no encontro "não estão pedindo esmola". Putin voltou a citar a parceria com o continente e reforçou que Moscou "deve fazer de tudo para ir nessa direção".
— O continente africano é extremamente amigável e positivo conosco, e é uma base importante sobre a qual as relações também podem ser construídas na área de negócios — afirmou o presidente durante coletiva de imprensa com jornalistas russos.
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Na sexta-feira, último dia da cúpula, o presidente russo já havia anunciado a assinatura de acordos de cooperação militar com mais de 40 países do continente — um símbolo dos seus esforços por mais influência na região, que também incluiu a doação de até 50 mil toneladas de grãos a seis nações aliadas.
Graças ao apoio do Kremlin, alguns países africanos abdicaram da aliança que tinham com a França — que possui um longo histórico de colonização no continente — em favor de Moscou. Desde 2020, ano seguinte ao fórum Rússia-África, quatro países sob influência russa sofreram golpes militares: Mali, Burkina Faso, Guiné e, nesta semana, o Níger, último aliado do Ocidente no Sahel.
Uma figura central para a estratégia de Putin na África também marcou presença na cúpula: Yevgeny Prigojin, líder do Grupo Wagner, que na semana passada disse às suas tropas para se prepararem para uma viagem ao continente africano. O ex-chef do Kremlin, que havia sido enviado para a Bielorrússia após mobilizar um motim fracasso rumo a Moscou em junho, parecia à vontade nos bastidores. Discursou ao lado do presidente interino de Burkina Faso nesta sexta e reuniu-se na quinta com representantes do Níger, Mali e República Centro-Africana — onde os mercenários desembarcaram esta semana para reforçar a segurança no referendo constitucional do país, marcado para domingo.
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Repressão
O presidente russo também defendeu, durante a coletiva de imprensa, que a repressão contra vozes críticas no país é necessária no contexto do “conflito armado” com a Ucrânia.
— Estamos em 2023 e a Federação Russa está imersa em um conflito armado com um país vizinho. E acredito que devemos adotar uma certa atitude em relação às pessoas que nos prejudicam dentro do país — disse.
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